E tem a música também.
Música é algo incrível, todos estamos interpelados por ela de alguma forma, às vezes mais, outras menos. Elas nos trazem significados e lembranças bem como agradáveis momentos quando estamos a conhecer algo novo e que faz parte do nosso gosto. E momentos ruins também, é verdade. Até, digamos, quinze anos atrás, o único modo de consumo - além de apresentações ao vivo dos artistas - era pela compra do material físico que variava entre discos de vinil, fitas cassete e, mais recentemente, o CD; cada um destes com seus prós e contras. Então, surgiu a Internet e as pessoas tinham a possibilidade de consumir as músicas de graça através do Napster, o que enfureceu artistas e gravadoras que se deparavam com um problema jamais visto. É verdade que pirataria sempre existiu, mas o digital atinge num nível global. Outro degrau dessa revolução cultural veio com o iPod da Apple que popularizou os tocadores de arquivos mp3, como se fossem uma repaginada do antigo Walkman, da Sony, sonho de consumo nos anos 80, seguido do Discman nos anos 90 e começo dos anos 2000. A partir da segunda metade dessa década os tocadores de mídia digital se popularizaram como seus antecessores e uma biblioteca para guardar tudo isso se fazia necessária. Nascia, assim, o iTunes, que vendia música virtual e era uma opção para que as gravadoras ganhassem algum de forma juridicamente legal.
A escalada se seguiu com a Internet, mais uma vez ela, adentrando os sistemas de comunicação celular através dos smartphones, de novo por meio da empresa do falecido Steve Jobs. Agora você tem tudo na sua mão: algo para fazer ligações, para tirar foto, para ouvir música e que ainda por cima conectava à já citada Internet. Era só conectar ao iTunes e importar a biblioteca de músicas compradas para o dispositivo, a priori, os iPhones. Mas, e sempre tem um "mas", com o advento dos celulares inteligentes, surgiu outra variável: a dos aplicativos. Qualquer um poderia fazer um aplicativo e disponibilizar nas lojas de download e compra dos sistemas operacionais, com a possibilidade de serem barrados e excluídos caso ferissem alguma regra do mercado. Surgiram nomes como Spotify, Deezer e Rdio que possibilitam o consumo de música online ou offline; de graça com a adição de propagandas ou pago com a possibilidade de ser ad-free; ainda de graça, com baixa qualidade ou, se pago, com mídias em boa resolução. Tem para todos os gostos. Os aplicativos pagos repassam parte dos lucros para os artistas. Ainda assim, sempre tem quem não se sinta à vontade. Foi o caso da Taylor Swift que não estava satisfeita com o repasse do Spotify a ela e exigiu que sua obra fosse impossibilitada para consumo no aplicativo.
Ontem, então, houve o boom do Tidal, um aplicativo que uniu vários artistas em torno de suas vontades: que custasse vinte dólares, que reproduzisse músicas em alta qualidade e que teria uma divisão de lucros mais justa, tudo isso sob a tutela do Jay Z que comprou o app anterior e o remodelou. É mais uma alternativa a tantos aplicativos e também a compra de mídia física como CDs e discos de vinil - que não só estão em alta, os bolachões, como ainda muitos vêm com um link para baixar a versão digital do material físico. E existe, sempre, opções de download ilegal promovidas por sites de torrents, ainda que estes estejam perdendo lugar para os aplicativos. O que dá a impressão de que as pessoas querem pagar para consumir o que gostam, o que falta é um ponto que agrade a todos: artistas, gravadoras e consumidor - este último com muito mais opção de escolha do que como era décadas atrás quando suas únicas alternativas eram ou vinil ou cassete. Nesse leque de opções entra o mercado que tenta se remodelar porque necessita disso para não falir de vez.
Eu uso um desse na rua |
-G-
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