Às vezes eu sou um empirista. Eu gosto de me colocar
numas situações só pra ver como é.
No final de março de 2016 eu estava saturado de internet.
Fora o trânsito cotidiano, a efervescência do caos político tornava este um
movimento desenfreado. Eu não aguentava mais ver as mesmas coisas todo dia. Só se
falava de política e ainda assim eram repetições: é golpe vs não é golpe.
Então, eu disse a mim mesmo que ficaria um mês inteiro
sem a frenética rede social. Nesse meio tempo, vários acontecimentos certamente
tomaram conta da rede:
- a final do BBB
- a votação do impeachment na Câmara
- a queda da ciclovia no RJ
- a morte do Prince
- a chegada do frio
- bela, recatada e do lar
- bela, recatada e do lar
- a estreia da temporada de Game of Thrones
- a estreia de Guerra Civil
Às vésperas de retornar, certamente o teor político será
constante nos próximos dias. Mas isso é só porque eu quero que seja, porque eu
sigo pessoas e veículos de comunicação que falam sobre isso. Porque eu
considero importante/interessante. Eu poderia apenas seguir arrobas que
falassem de música pop todo dia e a realidade seria outra.
Em parte a gente vai atrás dos assuntos que gosta. Em
outra parte, excepcionalmente, só se fala em política por conta do atual
momento em que se vive. Parece que não tem como falar de outra coisa, e se você
o fizer, estará perdendo algo. Daí que você vê a mesma notícia 20 vezes em
portais diferentes de notícia. É algo
que PRECISA ser veiculado. E a gente, bom, a gente está no meio do turbilhão.