Jogar, uma reflexão

    Faz algum tempo que eu tenho essa teoria: o excesso de tutoriais nos jogos de hoje se deve ao excesso de botões nos controles que usamos para jogar. É claro, não tem como ir contra isso, é uma evolução e esse foi o jeito que as produtoras encontraram para deixar claro para o jogador o que cada um dos vários botões de seu controle pode fazer, bem como as combinações entre eles. Pode parecer exagerado, mas se não fosse assim muita gente reclamaria que não saberia o que é que tem de ser feito. DarkSouls II é assim, totalmente frustrante.

    O que acontece é que as pessoas são saudosistas, pensam que só porque tal jogo ou console é melhor só porque é antigo, não é verdade, era apenas diferente, os tempos eram outros e os comandos possíveis de serem feitos eram bem menores. Os jogos de antigamente eram apenas: vai pra direita até terminar a fase. Caso fosse necessário usar algum item o jogo não explicava, muito menos havia internet para pesquisar por gameplay no Youtube. O máximo que poderia acontecer era ter no manual de instruções do jogo uma imagem pixelada dos itens e então um detalhamento deles. Claro que isso não era válido para jogos alugados.

    Curiosamente, essa semana a Steam revelou seu projeto próprio, incluindo um controle praticamente sem botões direcionais e, com os botões clicáveis, nenhum tem nome, do tipo A, B, C, R, L, LT, RB, Z, etc. É inovador, sem dúvida, só torço para que não seja tão inovador assim e que morra de forma prematura assim como foi com o Dreamcast, que era um console à frente do seu tempo e por isso não vingou. #rip

Como deixar uma música entrar na sua vida? (Sério, eu não sei)

    Estava eu há pouco tomando banho ouvindo um disco de greatest hits do Kiss quando pensei comigo mesmo sob a água quente: "cara, esse disco é bom, mas dava pra ser melhor. Dava pra tirar essa, essa e essa e colocar outras essenciais no lugar, tipo aquela, aquela e aquela". Tem gente que é totalmente contra discos assim de compilação, e eu entendo seus motivos, mas serviu muito bem de entrada pra mim quando eu o comprei, sei lá, quase dez anos atrás. O mesmo digo pro Maiden, comecei nele com o Edward The Great (e hoje conheço a discografia cabo a rabo).

    Bom, mas ainda assim, existe uma grande parcela de músicas do Kiss que eu não sei quais são. Alguns discos deles pra mim são realmente obscuros e eu só conheço de nome. Eu me questionei o que poderia fazer para, enfim, conhecer cada uma dessas músicas, já que eu gosto da banda mas sei tão pouco da produção musical dela.

    Daí existe a doce ilusão de que, se baixar um torrent com toda a discografia da banda, você já vai estar a par do que ela significa e trazer para dentro de seu rol de músicas preferidas algumas que acabou de ouvir pelo download. Então, com toda a boa vontade do mundo você tira uma tarde inteira para ouvir todos os discos e acompanhando todas as letras. Se preciso, entra na noite ou continua no dia seguinte. Quando todos os discos são finalmente ouvidos e, teoricamente, analisados, você pensa que entende de tudo de tal banda ou artista.

    Mas não.

O rock nacional de Nelson Rodrigues

    Ontem foi a primeira noite do Rock in Rio V, e com ela veio um caminhão de reclamações de roqueiros. Até o Whiplash tem divulgado todo santo dia um infográfico que mostra que no RiR tem sim rock, contradizendo as pessoas que dizem que não tem não.

    Pois bem, o evento tem rock, a gente já sabe.

    Mas o que incomoda a mim e a tantos outros não é o fato de não ter o estilo, mas sim de haver tantos outros que nada têm a ver com aquele. Daí o Nelson Rodrigues do título, a gente tem complexo de vira-lata para tudo. Quando nos deparamos com um evento como o RiR a gente espera, no mínimo, um Wacken (ou ainda, quando lhe prometem um Wacken Open Air igual ao alemão ele recebe um Metal Open Air tipo aquele que não aconteceu e foi uma catástrofe vergonhosa). Mas o que a gente recebe é... a Ivete Sangalo e a Beyoncé, esta última cantando Ah LeLek. Tá.