O Twitter é um bar

    Não é novidade que eu acredito nisso, mas depois de hoje eu me senti mais impelido a botar esse texto em ordem.

    Existem diversos tipos de bar. O meu perfil é um tipo, o de outra pessoa é de outro. No meu bar, essa outra pessoa é um visitante, um cliente. As mesas são a TL, é lá onde ocorre a interação propriamente dita. E assim como em diferentes bares existem diferentes tipos de clientes. Existe o casual, que entra, pegar uma cerveja e sai, que é o caso de quem entra, manda um tweet e segue a vida. Existem aqueles que botam a pauta nas conversas. Existem aqueles bebuns que não dá 10 da manhã e já estão bêbados e só saem quando o bar fecha às 04h. Talvez ultimamente eu tenha sido desse tipo e devesse procurar um centro de Alcoólicos Anônimos, mas esse texto não é um divã de psiquiatra.

Tubby, o outro aplicativo

    Depois de baldes de ódio serem despejados nesse post sobre o Lulu, hoje foi o suposto lançamento do Tubby, o aplicativo de vingança masculina ao aplicativo feminino de avaliação pessoal. Diferente da outra versão, esse teria o propósito de analisar apenas as mulheres no quesito sexual, se valendo de hashtags bem pesadas.

    Os criadores deram entrevista no Programa Pânico da rádio Jovem Pan.

    Foram proibidos pela justiça brasileira lançar o aplicativo com base na lei Maria da Penha.

    E hoje, no dia derradeiro, o grande boom se mostrou ser nada mais do que uma *suspiro* TROLLAGEM, vinda de uma das pessoas mais influentes dessa internet (embora não só ele).

    Então, não, o aplicativo não funciona. Não é sério. Você só passa vergonha ao ir na página dele reclamando que não consegue rodar no seu celular android ou iOS. E perguntar se vai ter pra Windows Phone, cara, você tá muito atrasado.

    Aí que eu te pergunto: era mesmo pra ser assim? Não dá pra saber. Claro, a página prometia mundos e fundos, ser polêmico, estar em todas as plataformas. Aí, depois de tanta divulgação e furor na internet, para cada dia de funcionamento do Tubby os responsáveis deveriam pagar uma multa de R$10 mil

    AINDA acredita que foi APENAS uma trollagem?

    Repito, não dá pra saber.

    E nunca saberemos.

A célula da zoeira

    Tem coisas no corpo humano que são inexplicáveis. Deve ter algo por trás disso tudo que os cientistas ainda não descobriram. Alguma célula ou organela responsável e que está muito bem escondida. Até imagino daqui um tempo estampado nas capas das grandes revistas "Descoberta a célula responsável por nada dar certo, apelidada de 'Célula da Zoeira'".

Continuem escavando!

    Por exemplo, essa célula é aquela culpada por a gente deitar na cama e a última coisa que acontece é... dormir. Bem aventurados aqueles que repousam suas cabeças em travesseiros e apagam instantaneamente. Outros, eu incluso, fazemos de tudo menos dormir. Pensamos em como foi o dia, como estamos, como será amanhã, nossas preocupações e desejos, alcançáveis ou não. Percebemos as coisas que faltam em casa, fazemos uma lista de mercado. Algum verso de música toca em loop infinito naquele media player que a gente tem dentro do cérebro. Menos dormir.

Teoria das barbas

    Eu tenho uma teoria sobre barbas.

    Na verdade é mais um por que as mulheres dizem gostar tanto de caras barbados.

    Antes de continuar, ressalto o seguinte: tudo o que você vai ler dessa linha pra baixo em diante até o fim do post é algo que eu pensei, e somente isso. É um achismo que eu encontrei ziguezagueando pela minha cabeça e que no fundo parece ter algum sentido. Não é uma verdade absoluta. Então, não leve a sério. Mas se quiser saber porque eu acho que as mulheres gostam tanto do "faça amor não faça barba", acompanhe. Senão, faça um favor a nós todos e feche agora mesmo essa janela.

    Pois bem.

    Eu concluí, no alto da minha ignorância masculina, que as mulheres gostarem tanto de homens barbados é uma vingança inconsciente. Aos homens.

    Explico.

    Durante séculos até os dias de hoje, a mulher se vê numa sociedade em que a obriga a ser sem pêlos. Veja, eu estou falando de ambientes urbanos, de civilizações parecidas com a nossa e que são maioria pelo mundo. Se tem uma tribo em algum lugar do globo em que é normal elas não se depilarem, é claro que esse texto não se encaixa para elas. E sim para você, mulher, que está lendo isso aqui. Não levo em consideração, também, feministas que não se depilam por ideologia por motivos óbvios.

let me tell you why that's bullshit

    Então, elas (ou vocês) se veem na necessidade de sempre estarem com a depilação em dia, desde, sei lá, o começo da adolescência até o final de suas vidas. Se não fizerem isso, todo mundo olha errado, tanto homens quanto outras mulheres. São reprovadas no julgamento nosso de cada dia, não são consideradas atraentes pelo sexo oposto. E, dizem, mulher de bigode nem o diabo pode.

    Eu imagino como isso deve ser um saco. O que é triste pois o natural  do corpo humano, masculino e feminino, é ter pêlos.

Lulu, o aplicativo

    Antes de mais nada o Lulu tem grande potencial. Grande potencial para ser só mais uma modinha. Alguém se lembra do Tinder?

    Então.

    Descobri ontem esse aplicativo para Android e iOS que chegou semana passada no Brasil e que existe faz tempo no EUA. SuA criadorA (ressalto que é umA MULHER) teve a brilhante ideia de as meninas, e somente elas, julgarem os caras que conhecem a partir de um aplicativo de smartphone. Em segredo elas apontam os prós e contras de cada um dos caras, que não sabem suas notas, apenas quantas meninas visualizaram seu perfil e quantas favoritaram-no. Subir algumas fotos, dizer sobre si através de hashtags. E só. De resto é um aplicativo estritamente feminino que é usado ao linkar a conta de Facebook.

    O homem pode ainda excluir seu perfil do aplicativo. Em nenhum lugar que noticiou o app eu li isso então eu trago e acho de extrema importância antes de exalarem fúria e ódio à futilidade. Pois, antes dos caras se enfurecerem eles nem sabem que, se tiverem tanto rabo preso assim, podem pedir para sair.

    Ontem eu baixei, entrei, fucei na internet. Enfim, eu li antes de sair distribuindo rage.

    E achei uma baita sacada. Quero dizer, pode haver espaço para difamação mas vamos considerar que isso é coisa de homem e que mulher só difama outras mulheres. Ou não. Mas enfim, não cabe difamação porque elas podem dar notas em diversos quesitos e no fim é calculada uma média. O cara precisa ter feito muita besteira para ter tanto medo de simplesmente as meninas que se relacionaram com ele exponham seus podres.

    Eu lavo as minhas mãos.

    Ai vêm dizer "ah, isso é um açougue humano". Pode ser. Mas é também um serviço importante. Se alguma menina já se decepcionou com um cara ela pode avisar às outras que visitarem seu perfil que ele não é tão perfeito. E outra, isso se dá através de hashtags. Não cabe acusação pesada. É um troço restrito e bem informal. São muitas as hashtags que podem ser usadas ao avaliar um cara, positiva e negativamente. Do tipo #TemPegada, #OrgulhoDaMamãe, #LavaALouça, #ApaixonadoPelaEx, #ViciadoEmVideoGame, #DormeDeConchinha, etc. Vai longe.

    E outra, quer maior açougue humano do que as redes sociais? A foto do seu perfil é o seu melhor ângulo, você só dá check-in no Foursquare em lugares legais, o seu Instagram mostra só os momentos que você considera como sendo melhores - porque isso são statis. Quer mais exposição positiva de si mesmo do estar online?

9 Motivos de Por Que o Buzzfeed É Para Idiotas

    O BuzzFeed é um câncer. E como tal, ele sofre metástase e se espalha, no caso por toda internet. Você com certeza já trombou com algum post de lá, e que ganhou até uma versão brasileira, tal qual é o poder da HUElândia na rede mundial de computadores. Tomando um pingo de bom senso venho trazer 9 razões para perceber que ele não é tudo isso, pelo contrário, é um insulto ao ~internauta.

1. Bichos Fofos

Sabe como é, ninguém resiste a bichos fofinhos. Qualquer post rende muitos "awwwnn" e visualizações de
página. É um coringa infalível.


2. Posts baseados em menes

Sério mesmo? Se eu quisesse ver o Grumpy Cat eu ia para o Facebook.


3. Kibe

Qualquer post de comida rende muito. Por algum motivo as pessoas que acessam esse tipo de coisa são gulosas. E essa imagem, retirada do próprio site, mostra que o post de onde veio não é nada mais do que uma cópia de outro post sobre comidas. Na internet nada se cria.


4. Posts "E se?"

A internet está cheia deles. Abri agora o Google e digitei "e se os ". Obtive como resposta:
- e se os slogans falassem a verdade
- e se os memes fossem reais
- e se os animais falassem
- e se os tubarões fossem homens

Dá pra fazer mistura "e se" com QUALQUER COISA. "E se Game of Thrones fosse filmado no Brasil?", por exemplo. O céu é o limite.

Todo mundo é alienado

    Existem três tipos de alienados:

os alienados que sabem que são alienados;
os alienados que não sabem que são alienados;
e os alienados que acreditam que não são alienados.

    No final das contas, todo mundo é alienado. Uns mais, outros menos. Mas são.

    Não tem como não ser, de alguma forma todo mundo se aprofunda em assuntos e vontades durante a vida e acaba por ser assim. O pior ainda é aquele que se acha superior, que chama os outros de alienados, como se ele também não fosse, como se estivesse protegido por um escudo de sapiência e conhecimento de mundo que não o deixa cair na categoria de alienação. Aquele que se acha superior porque discute política, vê filmes iranianos, ouve jazz e odeia novela. Desculpa, mas esse cara também é alienado. Ao seu jeito.

O ser humano é o único animal que começa uma frase com "o ser humano é o único animal que..."

    Desde a última madrugada a internet foi sacudida por mais um alvoroço. Na manhã de ontem foi sobre o preço do PS4 e ao fim do dia e começo do outro foi o caso do Instituto Royal que, segundo ativistas, estava matando beagles que usavam em testes. Não vou me estender nesse ponto, você já leu sobre tudo isso por aí. Talvez até viu uma nota de trinta segundos nos jornais da televisão comentando o ocorrido.

    Mas aí, curiosamente, meu pai me trouxe o jornal do dia da cidade. Jornal impresso você sabe como é, uma notícia que aconteceu de madrugada não tem como estar impressa a tempo na edição que chega às casas e bancas poucas horas depois. Digo curiosamente porque, apesar de 50% do jornal ser propaganda, na página 2 tem o editoral, como sempre, e este falava sobre o câncer ser o mal do século e quantas pessoas precisavam morrer para que se chegasse à cura dele. Certo. Na página 5 tem uma coluna de uma mulher que escreveu sobre a humanização da saúde, que essa era utópica. Ela deu ainda o exemplo comparativo do hospital veterinário da cidade que trata os animais de maneira melhor que "as pessoas que são usuárias do SUS e que vivem sendo jogadas de lá para cá sem ao menos ter um alento para sua dor no trato enquanto pessoa" (sic).

    Aí eu tive que parar com esse jornal porque era coincidência demais tantos assuntos interligados e só eu pra fazer alguma conexão nesse textinho.

PS4K

    Ah, os videojogos. A décima arte. E mesmo assim algumas ministras da cultura insistem que não é cultura. Tudo bem. O que míseros cinquenta reais do Vale Cultura comprariam por mês em se tratando desse ser o mercado mais caro do mundo, o das terras brasileiras?

Pois bem.
    Pois mal.

    Hoje, fatídico dia dezessete de outubro do ano de dois mil e treze a $ony Sony divulgou o preço do seu mais novo console, o PS4, para o mercado brasileiro: Quatro. Mil. Reais. Isso é estranho em muitos aspectos que muita gente da internet vem tentando entender desde o comunicado de hoje de manhã. Do nada surgiram economistas fazendo contas com os 70% de impostos que a empresa americana alegar ser motivo do alto custo. Daí colocam outros impostos além desses. Falam em Custo-Brasil. Margem de lucro exorbitante. Mas nada chega perto ou consegue dar um mínimo de luz para o porquê desse preço.

    Alguns culpam a presidentE do Brasil, mas só pela zoeira, sem nenhum argumento. Outros defendem que não foi ela quem colocou o preço final no console. Ambos estão corretos. Quero dizer, é claro que a Dilma não disse "o preço vai ser quatro mil, se virem", PORÉM, o sistema tributário brasileiro é essa zona que ninguém entende: nem como funciona, muito menos para onde os trilhões de reais que os brasileiros pagam todo ano vão. Logo, ela é conivente com esse sistema que mais parece um bordel. Mas claro que nem todo mundo enxerga isso. De qualquer forma, se ela conseguisse mexer nesse vespeiro e promover uma reforma tributária que há anos dizem que vão fazer mas ninguém mete a mão na massa, se ela fizesse isso conseguiria uma reeleição. Mas acho que ela está mais preocupada em atualizar o Twitter para fingir estar mais perto do público e, por meio desse golpe baixo, angariar eleitores.

Jogar, uma reflexão

    Faz algum tempo que eu tenho essa teoria: o excesso de tutoriais nos jogos de hoje se deve ao excesso de botões nos controles que usamos para jogar. É claro, não tem como ir contra isso, é uma evolução e esse foi o jeito que as produtoras encontraram para deixar claro para o jogador o que cada um dos vários botões de seu controle pode fazer, bem como as combinações entre eles. Pode parecer exagerado, mas se não fosse assim muita gente reclamaria que não saberia o que é que tem de ser feito. DarkSouls II é assim, totalmente frustrante.

    O que acontece é que as pessoas são saudosistas, pensam que só porque tal jogo ou console é melhor só porque é antigo, não é verdade, era apenas diferente, os tempos eram outros e os comandos possíveis de serem feitos eram bem menores. Os jogos de antigamente eram apenas: vai pra direita até terminar a fase. Caso fosse necessário usar algum item o jogo não explicava, muito menos havia internet para pesquisar por gameplay no Youtube. O máximo que poderia acontecer era ter no manual de instruções do jogo uma imagem pixelada dos itens e então um detalhamento deles. Claro que isso não era válido para jogos alugados.

    Curiosamente, essa semana a Steam revelou seu projeto próprio, incluindo um controle praticamente sem botões direcionais e, com os botões clicáveis, nenhum tem nome, do tipo A, B, C, R, L, LT, RB, Z, etc. É inovador, sem dúvida, só torço para que não seja tão inovador assim e que morra de forma prematura assim como foi com o Dreamcast, que era um console à frente do seu tempo e por isso não vingou. #rip

Como deixar uma música entrar na sua vida? (Sério, eu não sei)

    Estava eu há pouco tomando banho ouvindo um disco de greatest hits do Kiss quando pensei comigo mesmo sob a água quente: "cara, esse disco é bom, mas dava pra ser melhor. Dava pra tirar essa, essa e essa e colocar outras essenciais no lugar, tipo aquela, aquela e aquela". Tem gente que é totalmente contra discos assim de compilação, e eu entendo seus motivos, mas serviu muito bem de entrada pra mim quando eu o comprei, sei lá, quase dez anos atrás. O mesmo digo pro Maiden, comecei nele com o Edward The Great (e hoje conheço a discografia cabo a rabo).

    Bom, mas ainda assim, existe uma grande parcela de músicas do Kiss que eu não sei quais são. Alguns discos deles pra mim são realmente obscuros e eu só conheço de nome. Eu me questionei o que poderia fazer para, enfim, conhecer cada uma dessas músicas, já que eu gosto da banda mas sei tão pouco da produção musical dela.

    Daí existe a doce ilusão de que, se baixar um torrent com toda a discografia da banda, você já vai estar a par do que ela significa e trazer para dentro de seu rol de músicas preferidas algumas que acabou de ouvir pelo download. Então, com toda a boa vontade do mundo você tira uma tarde inteira para ouvir todos os discos e acompanhando todas as letras. Se preciso, entra na noite ou continua no dia seguinte. Quando todos os discos são finalmente ouvidos e, teoricamente, analisados, você pensa que entende de tudo de tal banda ou artista.

    Mas não.

O rock nacional de Nelson Rodrigues

    Ontem foi a primeira noite do Rock in Rio V, e com ela veio um caminhão de reclamações de roqueiros. Até o Whiplash tem divulgado todo santo dia um infográfico que mostra que no RiR tem sim rock, contradizendo as pessoas que dizem que não tem não.

    Pois bem, o evento tem rock, a gente já sabe.

    Mas o que incomoda a mim e a tantos outros não é o fato de não ter o estilo, mas sim de haver tantos outros que nada têm a ver com aquele. Daí o Nelson Rodrigues do título, a gente tem complexo de vira-lata para tudo. Quando nos deparamos com um evento como o RiR a gente espera, no mínimo, um Wacken (ou ainda, quando lhe prometem um Wacken Open Air igual ao alemão ele recebe um Metal Open Air tipo aquele que não aconteceu e foi uma catástrofe vergonhosa). Mas o que a gente recebe é... a Ivete Sangalo e a Beyoncé, esta última cantando Ah LeLek. Tá.

Nintendo 2DS

    Antes que você fale besteira nos comentários de um famoso portal de jogos de um famoso portal de internet, atente para os seguintes fatos:

    - O 3D não deve ser usado em crianças menores de sete anos, a Nintendo vive ressaltando isso. Com um console novo sem o efeito, os pais têm uma preocupação a menos.
    - Preço. Você joga jogos do 3ds pagando por um console mais barato. Daí vem gênio argumentar "mas não é só desativar a função 3d?". Poderia ser, mas você vai pagar mais caro por algo que não vai usar. A versão com 3D custa US$250 e essa nova custa US$120. Faz lembrar daquela versão do Wii mais barata que foi lançada no final de 2012 que não rodava jogos de Game Cube.

Beijo na boca é coisa do passado a moda agora é incitar a discussão sobre homofobia se usando do maior time de futebol do Brasil

    E o caso do selinho do Sheik, hein? Tá dando o que falar até agora. O que me motivou a vir escrever esse texto foi essa postagem na rede social do Markinho. Se trata de um pedido de desculpas vindo do jogador, dizendo que lamentou ter ofendido a torcida do Corinthians e que foi só uma brincadeira.

    Mas claro, em seguida vieram os comentários.

    PÉROLA atrás de PÉROLA, a homofobia EXALA nesse post. Logo o Corinthians, conhecido por ser um clube de futebol democrático, para todo mundo, de todas as classes sociais, logo ele tem se mostrado um fascista de classe maior. E o que eu acho disso: acho ótimo.

    Acho ótimo porque instaura a discussão sobre homofobia. Bem como salta aos olhos como os próprios torcedores cometem esse tipo de preconceito que MATA e denigre muita gente no nosso país. E a questão de ser esse time é que, sendo ele de grande abrangência nacional e com milhões de torcedores, causou um impacto tão grande que acredito nenhum outro causaria. Ponto pro Sheik.

    Por outro lado, se qualquer outro jogador de outro time tivesse essa iniciativa, ela não causaria tanto efeito e, se fosse jogador do São Paulo, só agravaria ainda mais a situação. Posto que a homofobia contra o time, como se sabe, é gritante.

    Daí vem gente nos comentários dizer coisa do tipo:

FORA SHEIK vc desonrou nosso CORINTHIANS com essa atitude

Curtir · Responder · 10 · há ± 1 hora

o sheik pode falar oq for, pode dar a desculpa q quiser, pra mim nao serve mais pra vestir o manto... #forasheik

Curtir · Responder · 1 · há 23 minutos

Ai Emerson sheik aqui é Corinthians ramelo já era vacilao não adianta ficar chorando sua cara é pedi pra sai e já era chapel atolado.

Curtir · Responder · há 37 minutos via celular

Da pra aceitar o ibson morto, o maldonado aponsentado, + viadagem NAO...

#FORASHEIK

Curtir · Responder · há 41 minutos via celular

Sheik presta atenção aki é Corinthians!!!!

Curtir · Responder · há 47 minutos via celular

isso aqui e corinthias mano

Curtir · Responder · há ± 1 hora

Tem que honra o nosso manto,aqui é corinthians poooorra.

Curtir · Responder · há ± 1 hora via celular

o Corinthians é lugar pra homem

Curtir · Responder · há ± 1 hora

 FDP do caralho agora é tarde arrombado..... tinha que ter pensado antes... o Corinthians é time de homem não de são paulino!!!

Curtir · Responder · há ± 1 hora

 Denegriu o manto sagrado!!!

Curtir · Responder · 1 · há ± 1 hora

Corinthians é time de homem e não di viado

Curtir · Responder · 3 · há ± 1 hora

Nota de repúdio ao condenado no caso Assassino

    Mais uma vez a velha mídia brasileira se mostra um cúmulo de insensatez em caso absurdo. Uma criança matou seus pais, que eram um da PM e outro da ROTA. Ela tinha treze anos. Tinha porque se matou sem seguida. Então, eis que hoje surgiu o grande vilão, o grande motivador do assassinato, aquilo que culminou para a conclusão da tragédia: um jogo de vídeo game.

    Tudo isso porque o moleque, um mês atrás, trocou a foto de seu perfil no Facebook pela do Ezio Auditore, o protagonista do segundo jogo da série Assassin's Creed. Sabe que não é de hoje que essa imbecilidade vem sendo repetida, desde o boom nos anos 2000 e pouco com Counter Strike, até mesmo no caso do matador de Realengo, cujo culpado na época foi o Call of Duty. É tudo muito simples, o cara joga e vira um matador qualificado, simples assim.

Sábado, na balada

     Eu te juro, não faço ideia de por que me deixaram arrastar para cá. Sim, são meus amigos, eu não os vejo faz tempo. E também alguns outros amigos deles e aí viemos cair todos na balada, mesmo não sendo o nosso forte. É um ambiente que não me é familiar e nunca foi. Quero dizer, eu gosto das músicas que tocam, esses “techno” e “trance”. Até o “dubstep” é legal em certos momentos, mas não todos, eu tenho a impressão de que ele me emburrece. Talvez seja por isso que as pessoas curtem melhor o som quando estão chapadas. Outra coisa que eu nunca entendi, desde a minha adolescência quando ia vezenquando nas matinês de baladas no domingo à tarde, eu nunca entendi isso de pegação. Óbvio que não vai ser hoje que eu vou pegar alguém, não, eu sou o cara que fica com uma bebida na mão, num canto, observando as pessoas dançarem e beijarem, tudo isso enquanto acompanho as batidas das músicas com a perna. Esquerda.

     Não entendo a pegação, quero dizer, a mina tá na dela e de repente chega um cara e... do nada eles se beijam. Eu não sei, talvez tenha uma alma muito antiga, mas se eu não entendia como isso funcionava antes, muito menos agora que tenho alguma moral e idade. Nós homens geralmente não temos muito sucesso quando somos mais jovens. Então envelhecemos e, como o vinho, ficamos melhores, mais sábios, mais atraentes. Cabelos grisalhos não são um problema para nós, pelo contrário, ficamos mais charmosos com eles. Ás vezes até mesmo carecas conseguimos ficar bem. Já a mulher, bem, ela sabe que a hora dela vai chegar, as coisas vão cair e depois de certa idade é só ladeira abaixo. Hoje existem cirurgias que dão uma força, mas elas nunca terão a tenacidade da juventude. Por isso, enquanto jovem, muitas vezes, a mulher é vida loka, sai pegando geral enquanto ainda pode, enquanto ainda não arranjou um marido. Não que homens não façam isso, não, eles fazem, mas a ideia é diferente. E, como disse, eles só ficam melhores quando mais velhos. Tipo depois dos 30. Coisa que não se encontra em baladas. Enquanto as menininhas novas são deliciosas e, se não se cuidarem, logo mais não o serão. E sabe qual é o maior problema delas? É que a concorrência é muito grande.

#LingerieDay

     Vejam vocês, hoje é o dia anual do evento twitternético chamado #LingerieDay. Ah, não, aqui não tem fotos, se você caiu do Google por aqui por causa do título do post, está no lugar errado. Pode fechar o post agora mesmo. Voltando ao evento, uma breve busca na internet me mostrou que o “evento” ocorre desde 2009, quando três caras e suas respectivas namoradas trocaram o avatar do twitter por uma foto mais ~ousada.

    Pois bem.

    A coisa pegou e desde então acontece todo ano. Algumas fotos são realmente muito boas, seja em produção, seja em amadorismo. Afinal, acredito que todo o movimento só tem força por dois principais motivos: 1) a gente sempre quer ver nudez gratuita, ainda mais quando se trata de pessoas que a gente conhece. E, principalmente, 2) as meninas estão tão libertas de si que gostam de se exibir. Isso é bom, as meninas são donas de seus corpos e fazem deles o que quiserem, seja por gosto, seja para atrair followers...

Karamanero

     Eu via um filme quando pensei: “caramba, todas as mocinhas que ficam com o protagonista, todas elas sempre são o meu tipo. mesmo quando não são o meu tipo. bom, sabe como é, deve ser a magia do cinema. aquilo são personagens muito bem montados, com boas falas e boa maquiagem. é, vai ver é isso”.

     Então você volta para o mundo real, para as meninas que você conhece, que você conversa, que tem contato em rede social e que de vez em quando dá uma xavecada. Bom, elas não são o tipo das meninas dos filmes. Aliás, as meninas que são do mesmo tipo das dos filmes, essas nunca querem nada comigo, nem mesmo conversar, nem querem saber se eu sou um cara legal, se eu posso ser o protagonista das nossas vidas e... é, aquilo também é um personagem, muito bem montado, etc etc.

     Daí você conclui que os filmes são uma mentira. Não que alguém um dia duvidasse que não fosse, mas oras, quantas meninas nós conhecemos que suspiram em suas comédias românticas ou ainda nós, caras nerdezões e pacatos que se impressionam quando um cara com o nosso esteriótipo se dá bem com uma menina linda. Isso é tão ficcional quanto Star Wars.

Volta o cão arrependido

    Um dos sentimentos mais enganadores é o do arrependimento. Você acha que mudou, acha que tudo vai mudar, acredita e se humilha em prol de uma fé que, dado o primeiro entremeio, o castelo de cartas construído com o longo tempo de solidão se desfaz, carta a carta, e você percebe que era só mais uma mentira. um acreditar que não era real e que, na situação solita, te fez acreditar que tudo seria diferente. Não é. Mas nós somos teimosos. e insistimos em quebrar a cara em vez de permanecer nesse estado de falsa crença. A gente só sabe quando está lá. Lá na solidão, lá na falsa verdade, lá na mesma situação de antes que resultou nisso que se vive agora. Vale a pena quebrar a cara mais uma vez? Talvez até valha, dependendo do quanto as pessoas ainda aceitem quebrá-la, posto que irão. Ou talvez não quebrem, é muito improvável, mas veja, tem coisas que você só sabe o que vai acontecer se tentar fazê-las.

O Brasil não tem jeito

    Chega uma hora que você finalmente abre os olhos e começa a enxergar obviedades que, por serem tão óbvias assim, você nunca reparou direito antes. O título é alarmista mas não deixa de ser uma realidade. Mais ainda, não tem como mudar.

    Explico.

    Todo mundo sonha, de maneira utópica, que o país um dia vai se transformar numa nação como tantas outras que praticamente não têm os  problemas sociais alarmantes com os quais os brasileiros vivem no dia a dia. Países onde não exste criminalidade, os impostos voltam como melhorias para população, não existe ou é muito pouca a corrupção e desvio de dinheiro, etc. Países como Canadá, Nova Zelândia, Áustria, Finlândia - só pra dar alguns exemplos.

E3, zoeiragens e HUEHUE BRBR

    Passou E3, passou Microsoft (R.I.P.), passou Sony e hoje passou Nintendo. O que ficou foram as novidades, as expectativas... os receios... e a zoeira, que não tem fim.

    Por novidades e expectativas eu não preciso me estender, qualquer um que acompanhe o mercado de jogos eletrônicos no Brasil sabe que lá fora, por exemplo, o XONE sai por US$499, aqui chega por R$2199, um preço 4,4 vezes maior do que o original. É sabido que o dólar tem estado em alta nesses últimos dias, mas não chega a R$2,50 faz tempo.

    Ser jogador no Brasil é difícil. Caro. É coisa de criança. Não é cultura. Não tem incentivos governamentais para desenvolvimento. E os consoles pagam impostos altos porque estão na categoria de... máquinas de jogos de azar (!?).

    Com isso em mente, eu concluí o seguinte: a rixa entre jogadores acontece no Brasil porque, devido ao alto preço deles, somos obrigados a escolher um só e com ele permanecer a geração inteira. No máximo dois, olhe lá. Veja na gringa, geralmente as pessoas têm todos os consoles da última geração e, me corrija se eu estiver errado, mas nunca vi um comentário gringo de gente brigando do tipo PS3 É MELHOR, 360 É LIXO, WII É DE CRIANÇA, etc.

    É só uma breve reflexão.

Keep Walking

Eu vejo a vida, enquanto existência de um indivíduo, como sendo algo maquineísta (de máquina mesmo, não confundir com Maniqueísmo). Veja, dizem de viver de amor, de sexo, de dinheiro, de música, de... tanta coisa. Mas não, pra mim você vive de sustentar teu corpo. Sendo o corpo uma máquina, ela consome energia e você precisa repor essa energia de alguma forma. Com comida, praticamente. Por isso eu não entendo essas meninas que vivem de dieta e conseguem passar um dia com duas refeições que constituem em uma folha de alface cada. Isso está errado e a sua máquina não está sendo energicamente bem reposta.

Mas isso é o básico. Uma pessoa vive só de comida, sim, mas o mundo em que vivemos não permite apenas isso. O mundo do homem das cavernas, sim. Ele saía para caçar e depois de um tempo abandonou o nomadismo e começou a criar em casa suas carnes e plantas. O homem, enquanto ser humano, foi se acomodando. Criou-se a propriedade privada, a troca de bens, uma sociedade de consumo, uma coisinha chamada dinheiro e deu no que deu.

Tem vezes que não sobra nada

    Não venho cantar o amor, o assunto já foi muito debatido em tantas letras de música e poemas. Mas o que dirá da falta dele? Não digo sobre ódio, apenas a falta de sentimento, a indiferença. O nada, o vazio.


    Claro que tudo passa, de formas muito diferentes entre os casos. Muitas vezes sobra a ferida, noutras a cicatriz. Outras, ainda, não sobra nada.

    Mentira.

Faça Amor, Não Faça Stalk

    Stalkear o/a ex, não tem ato pior pra pobre alma solitária do que cometer esse tipo de mini-suicídio. Solitária porque, convenhamos, ninguém faz isso quando já se está em outro relacionamento, com a cabeça em outro lugar. Quero dizer, pelo menos se espera que não se faça isso. Mas enquanto as feridas não cicatrizarem – e elas levam tempo -, é muito provável que a gente se pegue clicando no que não devia. Mas que culpa nós temos? O perfil está logo ali, tão perto, quase tão perto de como quando o casal estava junto em meio a um beijo abraçado, e agora só resta mesmo o mundinho virtual.

    Mas até o virtual tem seus degraus de intimidade. Vocês podem se falar, serem amigos, manterem o papo em dia... ou não. Quando se chega a esse fundo de poço, quando se está à marginalidade de um relacionamento passado, na surdina do Facebook todos nós ficamos tentados a encontrar pelo em ovo nos posts do outro. Uma mudança de status de relacionamento, um comentário sobre um dia bom, um dia ruim, ler entrelinhas, qualquer coisa que diga respeito a como anda a vida amorosa do seu caso do passado, tudo isso é de bom tamanho e alimenta a alma do caçador secreto.

Somos Tão Jovens

    Vou chocar quem ler o que direi logo ao final dessa frase, mas a impressão que eu tive é a de que: Renato Russo era um porre como pessoa.

    Passado o choque, faz importante ressaltar que nesses filmes biográficos é sempre bom ter um pé atrás. Que nem no filme do Cazuza: ele não foi retratado lá como realmente era. Logo, mais uma vez, corre-se o risco de o diabo não ser tão feio quanto o pintam. Ou tão bonito. Eu não conheço da biografia do cara, então, fico refém do que vi na telona poucas horas atrás (porque sei que no fim de semana o cinema estará um caos). Não vou falar do Renato, do Aborto e nem do Legião.

    Vim falar sobre aleatoriedade. O que é uma droga, porque já citei brevemente nesse outro texto e não quero parecer repetitivo, mas veja, é curioso perceber como as coisas funcionam.

    Brasília, final da década de 70. No Brasil, ditadura militar. Na gringa, a música faz história com o rock e, como se percebe no filme, com o punk. O que culminou no movimento das brandas de Brasília foi tudo isso: o momento, a inspiração, e, claro, as pessoas para fazerem isso. Pessoas essas que tinham pais ou eles mesmos viajavam para fora e, só então, sabiam do movimento punk na Inglaterra e de toda a quebra de regras que o som sujo trazia consigo. Até tem uma cena do Renato Russo procurando por discos do Sex Pistols em lojas do Brasil e não encontra.

    Naquela época não tinha internet.

Equívocos futebolísticos que ninguém percebe mas que eu preciso dizer

    Hoje foi o dia do segundo jogo da semifinal da UEFA Champions League™, que, como dizem por aí, é a Libertadores dos europeus. Em cada uma das duas chaves, dois times que são hype e que sempre são os favoritos para vencer o campeonato: Real Madris e o badalado Barcelona.
 
    Pois bem, nenhum dos dois times passou pra final.

    Como se não bastasse, perderam para outros times, menores, com uma grande diferença de gols.

    Hoje eu vi a transmissão da Globo que, apesar de toda a rasgação de seda que teve para cima do time do Messi, se ferrou, pois certamente esperava transmitir os jogos do seu timinho favorito (todo mundo sabe que os favoritos daqui do Brasil são Corinthians e Flamengo, também pudera, os maiores times são mais audiência, logo, vendem mais patrocínio) incluindo a grande final, provavelmente contra o outro grande time,  o Real Madrid.

    Mas não, o final será entre dois times alemães que pouca gente ouviu falar.

    O ponto do texto é o que veio enquanto os grandes times perdiam e os menores ganhavam espaço. Você com certeza ouviu, ou ao menos pensou, ou leu, algo do tipo "mas como pode, o Barça é um time grande, é favorito, já ganhou muitas vezes, é forte, como pode ele perder assim?". Ou qualquer coisa do tipo.

Palavras, Bah!

O real da língua é a incompletude.
Nunca vamos dizer tudo o que poderia ser dito
E
Ao dizer
Sempre é feito um recorte que deixa muita coisa de fora
E que não é dito.

Porém

Somos sujeitos de linguagem.
Somos interpelados por ela.
Estamos a toda hora significando
Ao dizer
Ainda que
Por vezes
Faltem palavras.

Palavras,
Essa maneira artificial que temos
Para dizer
Isso
ou
Aquilo
ou
Até mesmo o que estamos sentindo.

Como você está se sentindo?

Eu me sinto como se elas não fossem suficientes.
Não consigo dizer, eu apenas sinto e
Muitas vezes
Não consigo me expressar.
Não me faltam palavras
Faltam significados.
O que é isso que eu sinto?
Não cabe aqui,
Nem em qualquer outro verso
Nem em qualquer outra palavra
Que ouse
Tentar
Significar.

O último que sair apaga a luz

-G-

A Morte do Demônio (Evil Dead)

     Não costumo comentar filmes por aqui. Na verdade, recentemente, não costumo comentar muita coisa, pelos motivos mais adversos.

     Mas esse filme merece.

     Merece porque é bom.

     O que por si só já é um feito muito raro de se acontecer porque o que mais se vê por aí, em se tratando de filme de terror, é filme ruim, sem nexo, sem roteiro. Alguns até tentam ser bons, mas em algum momento, decepcionam. Semanas atrás eu até iria comentar sobre outra estreia de que gostei bastante também, o Mama. Acabei não fazendo, mas neste de agora eu me vejo necessitado de fazê-lo.

Seems Legit

[contém spoilers, mas não muito, prometo]

Promoção Monopoly no McDonald's e o jeitinho brasileiro

O seguinte texto foi escrito quando na promoção de 2013.

     Quando eu soube da promoção do título desse post, alguns dias antes dela entrar em vigor, eu fiquei curioso. Oras, é uma sacada você ter de comprar produtos para arrecadar selos de forma aleatória e então trocar por produtos. Gostei da mecânica do jogo e alguns dos prêmios são mesmo interessantes. E depois de tudo isso ainda tem o sorteio final, onde a premiação é a mesma (mas sem o carro).

     Então, fui fazer o que tinha de ser feito: comprar lanches. Depois de cinco combos ao longo de três semanas, eu tenho um número considerável de selos já cadastrados no site. Bem como alguns prêmios instantâneos como lanche, fritas e sorvete. Em vários prêmios só me falta um selo para completar a sequência. Explico brevemente: alguns prêmios você precisa de dois selos, de outros, precisa de três.

     Aí eu descobri que (quase) sempre vai ficar faltando um mesmo.

Banho

    Solidão é ácido que corrói na alma. Aqui mesmo eu me encontro debaixo do chuveiro, deixando a água cair. Não é ecologicamente correto, mas quem nunca precisou de um banho mais longo para espairecer algumas questões. Se o problema do mundo é ter gente demais nele, suicídio pode ser um alívio para o nosso planetoide. Agora nesse exato momento as minhas lágrimas se confundem com a água clorada que vem de cima e eu percebo o quão me sinto sozinho. Tomando banho, de madrugada, chorando, sem ninguém para me ouvir. Muito menos ajudar.

    Acredito ser uma prévia do futuro, cada vez mais sozinho e sem ter os ombros quando por acaso vir precisar deles. Eu soluço, lavo as lágrimas e continuo só, pensando que a ignorância talvez seja mesmo uma bênção. Aprendi com Alfas Mais, Deltas, Gamas e um Selvagem. Infelizmente, minha vida não é como o livro que pode simplesmente terminar e as páginas se fecham sobre si e eis o fim de uma obra. Eu escrevo a minha história sobrevivendo todo dia. É assim que tem de ser e ninguém me perguntou a minha opinião se eu queria mesmo me jogar nesse bonde andando.

Bixos Escrotos

    Eu fui almoçar.

    Já pelo caminho, passei em frente a uma república que praticava um trote nos seus bixos. Não consegui identificar de qual curso eram. Algazarra, som alto, gente pintada, uma piscina, humilhação, o de sempre, com fritas. Ignorei e segui em frente.
    Chegando ao bandejão, uma fila enorme. Ah, era só para os bixos. Menos mal. Pelo vidro na fila para carregar o RA eu já via muita gente pintada lá dentro, todas juntas num mesmo canto. Passei a catraca, lavei as mãos, vi umas meninas bonitas, as quais eu nunca mais verei na vida mas é assim que ela funciona. Peguei a fila, a comida, sentei.
    Alguns minutos depois, os bixos de fora, reconhecidamente como sendo do curso de medicina, entraram no restaurante universitário. O pessoal que já estava dentro, junto num canto, ergueu um coro, subiram e bateram nas mesas. Eu não entendi nada, a não ser pelo final que foi repetido várias vezes: "Chupa medicina!".
    Terminei de almoçar. Na saída, já tinha gente divulgando festa: "Luau dos Bixos". Daquele jeito animalesco de sempre, empunhando banners, distribuindo flyers e fazendo uma zorra quando flagravam um bixo e o persuadiam para ir na sua droga de festa.
    Peguei café e continuei o meu caminho. Passei pelo meu instituto. Algumas pessoas se confraternizavam, de leve e de maneira decente. Pelo menos não a ponto de rolar balbúrdia visível. Não, o IEL não é santo, mas as pessoas deixam para cometer suas atrocidades fora do campus ou ainda quando não tem gente passando para lá e para cá. Umas caras novas e assustadas com as novidades do lugar, esse ar de inocência de bixo é bonito. O bixo humilhado na algazarra, não. Até porque, isso gera um ciclo sem fim que, quando este for veterano, fará a mesma coisa e a babaquice, ela não terá fim, nunca.
    Voltaria para casa. Peguei o circular interno. No ponto do RU, os mesmos bixos de medicina que eu vira no começo desse texto estavam todos lá. E sim, todos iriam entrar no ônibus. E assim o fizeram. Logo, começaram a entoar seu próprio canto. Os organizadores-veteranos estavam todos bem vestidos, uniformizados com uma camiseta verde com escrita dourada: "Medicina Unicamp 2013". Às costas, a mascote do curso, um leão, também dourado. Eu não lembro qual era o grito deles, só lembro apenas que "LSD" rimava fortemente com "bota pra foder".
    Essa rivalidade entre faculdades, entre cursos, "ah, o meu é melhor que o seu" ou "vai se foder você que é do curso X porque eu sou do curso Y". Só eu enxergo tamanha estupidez e falta de bom senso nessas coisas? Sabe, eu me julgo muito mal: eu não me graduei semestre passado, eu tranquei um semestre, eu reprovei disciplinas, etc. Mas quando eu vejo pessoas assim, eu não consigo não deixar de ser orgulhoso e pensar: "cara, eu não sou tão ruim assim". Essa mesma galera, essa mesma high society organiza e pratica badernas mil graduação afora. Daí qualquer um vem me dizer: "oras, mas isso faz parte da vivência universitária". Eu devolvo dizendo que é mentira, eu não passei por isso, por não me identificar com esse tipo de selvageria moldada de diversão. Então, logicamente, essa mesma pessoa teria o direito e a razão de retrucar que o problema é comigo. Justo.
    Na volta, passei de novo pela república e dessa vez a baderna acontecia na rua. Fazer o quê? Sempre foi assim, sempre será. Não sou eu quem vai mudar isso, e acredito que ninguém vai.
    Mas que eu discordo dela, sem dúvida.



-G-

Som

Eu ouço o que não existe
Uma voz escondida no meio dos ruídos
Que sei não estar lá.

Agora mesmo
Usava o microondas
Ou aqui com o ventilador
Ou logo mais no banho e a tv ligada.

Ruídos dentro de ruídos dentro da minha cabeça
Sei que não existem
Mas algo me divide
Entre a realidade e a loucura
E eu me pergunto:
E se existir?

Um lado diz que é impossível
O outro diz que é apenas improvável
Eu fico nesse impasse, desejando apenas que passe.

Uma ventania que encoberta
Os latidos dos cachorros da vizinhança
Não me deixa saber diferenciar dos possíveis gritos da noite.

Outra situação se dá quando,
Indiscretamente,
Pego-me ouvindo um soluçar ao longe.
Estaria a pessoa chorando ou rindo?
Em cada um dos extremos das sensações
Se você reparar bem
Perceberá que são similares.

Não é curioso?
Duas sensações tão distantes
Que aos ouvidos descuidados
Soam tão semelhantes.

Gosto do silêncio
Aterrorizo-me
Na
Quebra
Abrupta
Dele.

Não tem motivo este barulho
Pare com isso
Estupram-me os ouvidos
Não quero, não posso.

Antes do anoitecer
Já me encontro só
Uma outra noite que se vai
Dentro da escuridão
As ondas ilusórias riem de mim.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Este é um texto que fiz pra um concurso virtual no fim do ano passado. O concurso passou, não venci (não esperava mesmo que fosse), mas ele precisava ser inédito. Então, só agora pude postá-lo. E como faz tempo que não posto nada, taí uma oportunidade. 


-G-

suicídio coletivo

não tinha coragem de me matar. contratei alguém para que o fizesse. por sorte, o cara era um profissional, recebeu o pagamento e acatou minhas ordens de matar a mim e a todos os passageiros do ônibus em que estava. não, eu não conseguiria me matar e nem matar os outros. por sorte, de novo, sendo a viagem de madrugada, nenhum outro ou muito pouco deles percebeu a explosão que ocorreu no meio da madrugada. uma bomba fora implantada na minha mala, que estava no bagageiro. eu estava acordado. não sabia que horas seria a explosão, deixei a cargo do assassino, bem como em que parte do percurso da viagem ela aconteceria. espero que fosse num momento sem outros carros na estrada. chega de mortes desnecessárias por minha culpa. culpa. já não tenho mesmo facilidade para dormir, muito menos sabendo que estou prestes a morrer. ainda por cima levando muitas outras pessoas comigo. sou vítima e matador. tal qual um homem bomba. porém, diferente de matar por religião, eu me matei por covardia. suicídio já é covardia. ainda mais quando se pede para um terceiro matar a você e todos ao seu redor, isso é no mínimo imperdoável. essas são as minhas últimas letras. quando virem isso, já estarei morto. sou um covarde egoísta. ou ao menos era. uma peste, uma praga que não tinha espaço no mundo. a melhor coisa que fiz foi me dar um fim. quanto aos outros? destino. ou falta de sorte. ou estarem no lugar errado na hora errada. agora já foi, foram, fomos. poderia encerrar pedindo desculpas, mas elas seriam de extrema hipocrisia, sendo que o desastre era evitável. mas a minha mente doentia, não.



-G-

242

    Não preciso nem dar explicações introdutórias sobre de que se trata este post, muito menos o número que vai como título dele, que deve mudar quando sair o resultado final da contagem de mortos no incêndio que tomou conta do país de forma avassaladora. Eu acordei com essa notícia e ela se encontrava em todos os lugares, na internet e na televisão. A mídia voraz caiu matando (com o perdão desse termo mórbido para o assunto) em seus programas televisivos e exagerando no sensacionalismo. Pois, sensacionalismo dá audiência e audiência vende comercial e comercial paga propaganda para a TV. É um ciclo sem fim. Bem como o pessoal da internet e redes sociais não perdoou o incidente. O Facebook me trazia fotos de pilhas de cadáveres e o Twitter estava repletos de piadocas de gosto extremamente duvidoso para uma situação delicada como esta, isso em meio a tweets de doação de sangue e de remédios, coisa que, para quem está longe, é a única coisa que resta a fazer.

This Is Not the Petition Response You're Looking For

    Calma, eu explico. Algum tempo atrás houve uma petição online entre fãs de Star Wars para que o governo americano construísse uma Death Star igual àquela que aparece nos filmes da saga. Meses depois nós que assinamos a petição recebemos esta resposta por e-mail. Achei interessantíssimo o jeito com que o assunto foi tratado, mostrando conhecimento enciclopédico sobre a saga (C3PO, há!) com projetos que de fato estão acontecendo e que nem todo mundo sabe. Por isso, resolvi trazer na íntegra o texto com sua formatação e seus devidos hiperlinks. Segue o texto:

By Paul Shawcross, Chief of the Science and Space Branch at the White House Office of Management and Budget

The Administration shares your desire for job creation and a strong national defense, but a Death Star isn't on the horizon. Here are a few reasons:

• The construction of the Death Star has been estimated to cost more than $850,000,000,000,000,000. We're working hard to reduce the deficit, not expand it.
• The Administration does not support blowing up planets.
• Why would we spend countless taxpayer dollars on a Death Star with a fundamental flaw that can be exploited by a one-man starship?

However, look carefully (here's how) and you'll notice something already floating in the sky -- that's no Moon, it's a Space Station! Yes, we already have a giant, football field-sizedInternational Space Station in orbit around the Earth that's helping us learn how humans can live and thrive in space for long durations. The Space Station has six astronauts -- American, Russian, and Canadian -- living in it right now, conducting research, learning how to live and work in space over long periods of time, routinely welcoming visiting spacecraft and repairing onboard garbage mashers, etc. We've also got two robot science labs -- one wielding a laser -- roving around Mars, looking at whether life ever existed on the Red Planet.

O Destino do Pai

    -Vamos, será divertido - disse meu velho.

    Eu sempre reclamei que não éramos muito de viajar em família. Eu, ele, o irmão, a mãe. Surpreendentemente, quando eu menos esperava, ele surgiu com esse roteiro de viagem para nós todos. Não sei de onde ele teve a ideia, eu mesmo nunca havia ouvido falar do local. Dei uma breve pesquisada na internet, só para ver o que os outros diziam sobre o lugar, e não achei muita coisa pessoal. Apenas propaganda, e ainda assim bem pouco. Esquisito.

    Pegamos o carro e tomamos a estrada. O velho dilema de sempre: pais na frente ouvindo músicas no som do carro, filhos atrás ouvindo músicas com fones de ouvido. Sempre foi assim, provavelmente sempre será. O que era para ser uma viagem em família já começou aí com uma barreira entre os passageiros da frente com os de trás.

    Mas apesar de tudo isso, repito, sempre fora assim, apesar de tudo foi um bom circuito o que fizemos até chegar no destino final, a cereja do bolo desse passeio. Eu peço desculpas, mas eu não me lembro o nome do lugar e você vai me desculpar quando souber o que aconteceu por lá, bem como o atual estado em que eu me encontro.

Birds on the wires

    Eu acabei de ver um vídeo que me mandaram e eu fiquei comovido, tal qual a pessoa que me passou. O título do post é o nome da música e, ao assistir ao vídeo, o autor dela se explica logo no início e tudo faz sentido. Não vou me prender agora, vou passá-lo e então comento o que julgar necessário:

Pokémon X & Pokémon Y

    Faz alguns dias que os meios de comunicação oficiais do mundo Pokémon trouxeram um anúncio. Algo novo haveria de ser mostrado ao mundo numa conferência que foi feita hoje há algumas horas. Nesse meio tempo, enquanto o dia de hoje não chegava, rumores se espalharam por todos os lados. Um deles era o de um possível remake das versões de Game Boy Advance, Pokémon Ruby & Pokémon Sapphire (2002 no Japão, 2003 no resto do mundo). A própria Nintendo deu algumas dicas de que isso poderia acontecer, ao chamar atenção para o trio de lendários das versões aqui e acolá. Sinceramente, eu acho que isso ainda será feito, provavelmente daqui dois anos (escreve o que eu digo). Outro rumor foi o que resolveram chamar de Pokémon Rainbow, uma versão que conteria as quatro primeiras gerações num mesmo jogo. Meio megalomaníaco se for parar para pensar, seriam quatro continentes a serem batidos um atrás do outro. Seria lindo se acontecesse, mas ainda assim, muito improvável. O terceiro rumor foi o de uma nova geração, a sexta. E esta se confirmou.

50 frases 1 post

Sem frescura.

E nem eu

- Mostra, vai.
- Mostrar o quê? Você já viu tudo o que eu  podia te mostrar.
- Mas eu ainda não vi... aquilo...
- Ah, aquilo...
- É...
- Não sei se será possível.
- Por quê!?
- Porque não, oras.

Promessa de ano novo

    Não vou me estender nem escrever o quanto eu poderia sobre o título aí de cima. Apenas digo que desde agora eu já estou anotando no bloco de notas os fatos de 2013. Sempre quis fazer isso, mas nunca lembrava de fazer no começo do ano. Fazer do meu jeito. Então, a gente se vê no ano que vem (pra voltar com este tópico, calma).

Porra, não fode! ¬¬

    Flw vcs.

-G-