O cursor piscava em seu bloco de notas, e ele não fazia a menor ideia sobre o que escrever. Abriu abas no vagedaor, viu algumas atualizações. Esperou, procrastinou, ouviu um som. Nada ainda. Olhou em volta, viu outras pessoas compartilhando os computadores da faculdade. Facebook, Gmail e Word, os queridinhos da galera. Disse "droga!" uma porção de vezes. Não sabia sobre o que escrever, apenas que precisava.
É tão engraçado, faz tempo que ele queria escrever alguma coisa, qualquer coisa. Na sua cabeça havia ideias, temas, até um ou outro parágrafo relativamente bem argumentado. Mas quando se senta e olha aquele cursor piscando, as ideias desaparecem. Vai entender, talvez esteja aguardando um editor de texto onde o curso não fique piscando, segundo a segundo, como quem faz uma cobrança implacável, a cada vai e vem é uma cutucada no ego do autor. "Você ainda não escreveu nada. Nem agora. Nem agora. Nem agora."