segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Netflix, on demand e o futuro



    Ainda hoje comentaram comigo que não sabiam do que se tratava o Netflix. Faz algum tempo que eu quero escrever sobre o assunto então achei a ocasião que precisava. Se você já conhece, fique livre para pular o próximo parágrafo, onde explico do que se refere. Nos seguintes, faço algumas considerações pessoais.

    Resumi assim "Netflix é como se fosse um Youtube, pago, com filmes e seriados". Grosso modo, sim, mas vai além. É a chamada tecnologia on demand, que a meu ver é a porta de entrada para o futuro. Você vê o que quer, na hora que puder, sem ser refém de uma grade de canais, de ter que esperar até a próxima semana para o episódio seguinte, e nem tem propagandas que tocam Happy - Pharrell Williams.mp3. O seu único algoz é a delimitação de catálogo e de internet banda larga. O catálogo brasileiro é bem menor que o americano, mas ainda assim conta com títulos na casa dos milhares só atrás de EUA e Canadá. Todo dia entram títulos novos bem como saem títulos, essa rotatividade faz parte da natureza - sou do tempo que tinha South Park-. Para saber o que entra e o que sai existem aplicativos e sites feitos por pessoas sem ligação com o Netflix e que ajudam muito a saber das novidades. Apesar de haver uma mensalidade - que não passa de 20 reais para ver em até duas telas ao mesmo tempo-, ela nem chega perto de um pagamento de tv a cabo onde apenas poucos canais ou programas interessam em meio a uma vasta opção desinteressante.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

As pessoas e a capacidade de não ficar no seu quadrado

    Nas histórias dos X-Men, muitas vezes a raça mutante é perseguida e castigada por conta da raça homo-sapiens mas não muito. É uma falta de identificação com aquilo que é diferente. Já vimos essa história há pouco de forma avassaladora na segunda guerra mundial e continuamos vendo, ainda que de maneira menor mas sempre atual. O outro incomoda, causa medo, atrapalha, ele simplesmente precisa sair de lá porque ao não concordar com ele, segundo essa mentalidade, um está certo e o outro está errado.

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Eleições, internet e o poder do virtual

    Eleições. Não se fala em outra coisa. Tudo bem, é um momento importante para o país, ainda mais que saímos de um 2013 turbulento com protestos mobilizados por centenas de milhares de pessoas no Brasil inteiro que queriam mudanças (quais? vindas de onde? quem queria?) e de uma Copa do Mundo com a elite padrão FIFA vaiando a então presidenta da república num ato elogiado por muitos e repreendido por tantos outros. O cargo mais alto do executivo ficou para se resolver no segundo turno daqui três semanas. Em primeiro turno o povo, infelizmente, não se mostrou adepto do "protesto se faz nas urnas e não nas ruas" porque velhos espectros da política suja continuam se banhando em cima do dinheiro público. A mudança dar-se-á quando o brasileiro aprender a votar e isso pode levar décadas. Até lá o gigante segue deitado eternamente em berço esplêndido.

    Fato é que a internet está interpelada com tudo que existe offline. É uma coexistência cá e lá que pode trazer consequências catastróficas no futuro - ou não - mas isso só o próprio futuro para dizer. Sendo assim, o assunto não poderia ser outro além de: eleição, talvez você já tenha percebido o assunto nas timelines das redes sociais que acompanha. Tudo bem, a democracia está aí para acontecer, online ou não, algumas democracias mais democráticas que outras; e dentro do discurso da democracia encontra-se disfarçada a estupidez, o preconceito e a burrice se travestem de liberdade de expressão que vão além do caso Levy Fidelix.

    Eu já estava no twitter em 2010 e o que se deu foi um balde de chorume de pessoas "do centro" contra os nordestinos que "elegeram a Dilma". Hoje, um dia após o primeiro turno e quatro anos após a última eleição presidencial, mesmo que o cargo seja decidido no segundo, notícias do tipo reiteraram mais uma vez esse aspecto grotesco do ser humano: a completa e burra falta de respeito.


    Pelo simples fato que é muito fácil qualquer um atrás das grades virtuais xingar e falar mal de qualquer outra pessoa/grupo de pessoas/religião/instituição, etc. Muitas vezes a pessoa ofendida nem sabe que passou por isso, é algo absolutamente covarde. Eu gosto de pensar assim: uma das regras da internet deveria ser: "não diga aquilo que você não diria se estivesse cara a cara com a(s) pessoa(s) citada(s)". Por exemplo, acho difícil qualquer um xingar o presidente de uma nação OLHANDO NO OLHO, ou qualquer outra importante pessoa pública que seja. Na verdade, ninguém deveria passar por isso. Caramba, é um presidente e não o personagem do videogame que se atirou na água sem querer, morreu e você terá de refazer a fase tudo de novo. Assim, atitudes como essas são muito comuns:

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domingo, 24 de agosto de 2014

Questionário Existencialista


    Certa vez, num caderno de uma criança na 4° série:

01) Quem é você?
02) O que você olha no espelho?
03) Qual a sua ambição?
04) O que você quer agora?
05) Como você gostaria de morrer? Com que idade?
06) Teria filhos?
07) Casaria?
08) É possível um dia sem mau humor, mesmo que momentâneo?
09) Como você se vê daqui 10 anos?
10) Como você se projetava no futuro 10 anos atrás?
11) Qual é a moeda de troca da vida?
12) O que você adoraria fazer mas ainda não fez?
13) O arrependimento é um fardo ou uma conquista?
14) O que é a loucura?
15) Em quem você acredita?
16) Confiança é como cristal, que uma vez quebrado não volta a ser como era?
17) Quem é o maestro que rege na batuta da orquestra do universo?
18) O que é a vida?
19) Feche os olhos. O que você vê?
20) O que tem abaixo da sua corda-bamba?
21) Você guarda suas memórias com carinho ou prefere não pensar nelas?
22) Qual é o gosto do arco-íris?
23) Escolha ou consequência?
24) Quantas lágrimas cabem em um sorriso?
25) Como você tem certeza de que está vivo e que isso aqui não é uma morte?
26) Em qual idioma se interpreta o mundo?
27) O que corrói a angústia?
28) A liberdade é uma utopia?
29) Quem você sabe?
30) Ficaria comigo?



-G-
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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Deforma Ortográfica

    O idioma português mal saiu de uma reforma ortográfica, que entraria em vigor a partir de 2009 mas foi adiada para 2016, e já existe outra engatilhada se depender do senado brasileiro, dessa vez bem mais agressiva. A ideia da outra reforma, que surgiu na década de 1980 e só entrou nos finalmentes, com assinatura brasileira do então presidente Lula e de todos os países lusófonos em 2008, era a de unificar as ortografias. A superficialidade mostra: é um jeito de eu aqui no Brasil me comunicar, por escrito, de forma fácil com alguém de Portugal ou de Angola. Não só eu, mas mais importante ainda é a redação de documentos oficiais e obras de interesse público, o fato de haver duas línguas era um empecilho. O que ela não mostra são os interesses políticos e editoriais. Desde 2009 todas as editoras, inclusive as que fornecem material escolar para as escolas do governo, tiveram de reescrever, reimprimir e revender. Guias do tipo "aprenda a escrever pela nova ortografia" foram vendidos, bem como torrentes de dicionários "atualizados com a reforma ortográfica". Ninguém quer "escrever errado". Mesmo que você pense que ninguém mais usa dicionário hoje em dia, isso não só não é verdade como eles migraram de formato: passaram de monumentos colossais para aplicativos de smartphone ou de computador, sem contar os que são online. E, principalmente, o que a superficialidade da reforma não mostra é, inclusive, o óbvio: é um problema linguístico e não político. "As línguas são como são em virtude do uso que seus falantes fazem dela, e não de acordos de grupos ou decretos de governo" (Houaiss, 2008).

    Não é novidade que a América, o novo mundo, é o celeiro da Europa. Junto com a colonização vem a língua do colonizador. O Brasil pegou o idioma de Portugal, boa parte da América Latina e central teve influência espanhola, mesmo o Haiti foi colonização francesa e a Inglaterra empossou o que hoje é os Estados Unidos. Só para ficar nesses quatro exemplos de "dois idiomas", um na colônia e outro na metrópole, com eles os idiomas também são diferentes, existem variações ortográficas e não existe interesse em unificação, pelo menos não que eu saiba. Acontece com o inglês, o espanhol, o francês e o português que nos é vivido.

Falta uma reforma que una todas as tribos como foi a da língua portugosa (Porto, Portugal, 1911)
    Não vou me ater aos prós e contras das reformas, nem fazer um percurso histórico de reformas passadas e menos ainda de como o latim se transformou em português brasileiro. O que eu quero apontar, nesse momento, é o seguinte: na história da língua portuguesa existem três grandes ciclos: o da ortografia fonética (séc XIII ao XVI), o pseudoetimológico (séc XVI até 1904), e a fase simplificada que dura até hoje. Quero me ater ao primeiro ciclo: o que essa atual proposta faz nada mais é do que voltar à ortografia fonética, escrever do jeito que se fala, deixando de lado a etimologia das palavras.

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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Senso Comum, Desvio Padrão

    Hoje eu ouvi num programa de rádio uma dessas listas sobre aspectos das pessoas que um grupo de pesquisadores julgou interessante obter respostas. A pesquisa listada em questão era "coisas que mulheres acham que deixam homens feios", bem como a sua contraparte, o vice-versa homem-mulher. Em casos assim, de divulgação de estatísticas inferenciais, os comentários antes dos comentários acerca dos resultados geralmente são "um grupo de pesquisadores que não tinha o que fazer, provavelmente da Inglaterra (porque todas as pesquisas vêm de lá)". Não, eu não vim diminuir o trabalho, por mais que algumas pessoas deturpem os termos "ciência" e "pesquisa" ao resumir o campo de atuação relevante em "coisas que servem para alguma coisa", geralmente na área das exatas porque, afinal, para eles, humanas não servem para nada. Vocês sabem o tipo. O intuito desse tipo de exploração é estabelecer curva de Gauss, uma distribuição normal. Um ponto no gráfico da população consultada que diz "olha, as pessoas acham mais isso e não aquilo". É interessante saber o que se passa na cabeça das pessoas, por mais dispensável que você acredite que seja. Se não fosse por isso, por haver interesse em saber no que os outros pensam, não existiria a fofoca, por exemplo, que nada mais é do que saber o que se passa com um terceiro e, como consequência, julgar os seus atos porque estes são um reflexo de seus pensamentos, e mais ainda, é simplesmente impossível não haver julgamento, qualquer que seja. O que é possível, sim, é lidar com o jeito que esse julgamento ocorre, seja de forma agressiva, como num denegrimento via fofoca, seja guardando a nova informação sobre o outro para si mesmo.


    Pois bem, a pesquisa. Em algum lugar dela foi lido que as mulheres que participaram da enquete disseram que homens com barba são feios, elas disseram não gostar de barba. Bom, se eu der uma lida a qualquer momento na timeline do Twitter eu vejo que se as meninas/mulheres de lá fossem os sujeitos do levantamento em questão, ao menos no quesito barba, o resultado seria o oposto. E é aí que eu quero chegar. O grupo analisado no estudo lido estava em algum lugar no mundo e em algum tempo na história e não representa o total de pessoas existentes no planeta. Representa, sim, o suficiente para ser estatisticamente relevante. Naquele lugar. Naquela época. Hoje, no Brasil, para as pessoas com quem eu me encontro na internet, que também não representam a população mundial, barba é algo bom. Até demais.

    O gráfico explica: a normal, o que foi colhido, é que as mulheres não gostam de homens barbados. Elas correspondem à letra B na curva acima, que poderia corresponder, dentro de um gráfico, à seguinte interpretação: o eixo X horizontal é o número de pessoas sondadas e o eixo Y vertical seria o quanto essas pessoas NÃO gostam de barbas, a intensidade negativa desse gosto. Os pontos A e C correspondem a pessoas que gostam de barbas ou que simplesmente não ligam, pra elas tanto faz. Mas a maioria delas não gosta nem um pouco de barba, por isso o ápice da curva se dá em B.

    O que eu quero dizer com isso tudo é: não desmereço os estudos que procuram entender como um determinado grupo de pessoas no espaço/tempo pensa, e sim, apontar que os resultados delas, por mais curiosos que sejam, não representam a totalidade, e arrisco dizer, nunca o farão. Bato de novo na tecla que existem sete bilhões de pessoas no mundo e esse número aumenta todo dia. Dentro desses bilhões, os mais diferentes tipos de pensares se encontram, sejam eles A, B, C ou ξ, Ю e até mesmo . Existem pessoas que gostam de barba, que não gostam, que são indiferentes, bem como suas variáveis adverbiais: muito, pouco, nada, bastante.

    E acima de tudo existe o outro lado. O lado da pessoa alvo do tema em questão, no caso, o homem (e a mulher, na paralela, que segundo os homens não gostam delas usando maquiagem e, até onde eu saiba, elas não estão nem aí sobre o que eles pensam, que é algo a ser refletido ao fim desse parêntese). O que ele enquanto indivíduo pensa sobre barba em sua face? ELE gosta? ELE usa? ELE só deixa crescer porque vê no Twitter que muitas pessoas do sexo feminino dizem gostar de barba e com isso ele acredita que assim terá uma chance maior com elas? Será que ele pelo menos sabe do que realmente gosta ao invés de ir pela corrente de como os outros pensam? Isso é mais importante do que pesquisa alguma. É se compreender, o que não é nada fácil, a ponto de saber do que gosta e do que não gosta independente de opinião alheia. Suponhamos que a gaussiana da investigação valha a nível mundial, que não, que o maior número de pessoas do sexo feminino no planeta não gosta de barbas. Essa é a busca pela normalidade, por isso ela é chamada de distribuição normal, é um padrão. Um padrão que é composto de um centro, grande, de pessoas que não gostam de barbas. E de extremidades, menores, de pessoas que gostam. Agora é hora de fazer um exercício de introspecção: supondo que o sujeito masculino do exemplo odeie barba, ele então vai agradar a maioria ou vai agradar a si mesmo? O que é mais importante: você mesmo ou como os outros o veem? Não sou eu quem respondo a não ser por mim e você responde por você. Cada um por si atrás daquilo que lhe interessa.

    O senso é comum mas não é tudo.



-G-

PS: Colaborou na revisão do texto a totalmente excelente matemática Bel Petit do blog Coisas de Petit.
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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Rage Sex

    Sexo é bom até quando é ruim, dizem. E fazem. Em geral, o brasileiro vive num ambiente altamente sexualizado desde tenra idade. A criança acompanha o pai até um bar onde tem cartazes de cerveja com mulheres gostosas, usando pouca roupa, que provavelmente não bebem cerveja. No caminho para casa, um outdoor com a capa da Playboy do mês. Enfim em casa, o simples horário de veiculação dos programas de TV não é suficiente para evitar que estes sejam vistos pelo pequeno.

    Não quero ser careta ao proibir esse tipo de veiculação e nem soar alarmista dizendo que todo mundo só pensa em sexo, mesmo antes de saber o significado dele. É preciso que o tema não seja tabu nas famílias, havendo um jogo aberto e sem represálias a pessoa consegue se desenvolver mais consciente de tudo o que o cerca nesse fascinante mundo sexual.

    Nem sempre isso é suficiente e ainda assim as pessoas pensam com suas genitálias, seja pela mentalidade, seja pela idade, seja pelo instinto materno/paterno, o que for. Ao agir assim acaba-se na banalização do sexo. Não que seja um problema, de novo, as pessoas fazem com seus corpos o que bem entendem. Só que é exatamente aí onde eu quero chegar: geralmente elas não entendem, não sabem o real motivo de agirem de tal forma.

    Não sabem pelo fato que sexo não é só o esfolamento de virilhas. É bem mais profundo que isso, com o perdão do trocadilho heterocômico. Exige algo que pouquíssimas pessoas têm, ainda mais com tão pouca idade: autoconhecimento. E eu não digo apenas físico, que se resolve, a priori, com masturbação. Eu digo um autoconhecimento real, bem dentro do pensamento mais íntimo e obscuro do consciente. Sexo é uma manifestação afetiva dos corpos e em se tratando de afeto, por mais amplo que possa ser, obrigatoriamente se trata de sentimentos e sentimentos são difíceis de lidar.

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Mais uma sobre o sentido da vida

    São muitos os possíveis sentidos da vida, se é que existe algum que seja perfeito, ou ainda, se é que existe a possibilidade de se encontrar algum. Por ser algo tão fascinante é inadmissível a falta de uma motivação. Entre tantos outros estão aqueles que dizem que o sentido é perpetuar a espécie, ou ter bons momentos enquanto se vive ou se relacionar fisicamente o máximo possível com outras pessoas, do sexo oposto ou do mesmo. Ou nenhuma dessas. Pois bem, havendo a possibilidade de existirem tantas definições vou colocar mais uma: o sentido da vida é ter lembranças. O que é o homem senão um amontoado delas?

São tantas emoções definições
    Veja, o passado é reconfortante, é seguro; pelo motivo que ele é estático. Já passou, ficou pra trás, não tem como mexer. As memórias, boas e ruins, estão todas lá. Até mesmo algo que antes parecia terrível, como um fim de relacionamento, depois que passa não dói tanto como na hora, embora não deixe de ecoar pro resto da vida de algumas pessoas. Lá atrás está todo o caminho que seguimos pra chegarmos no que se é hoje, bom e ruim, importante ou não. As lembranças são o cinzel que lapida ao longo de todas as vidas o mármore do existir.

    Não vou negar, a TV estava no Vídeo Show que falava sobre a estreia da nova novela das 18h, Boogie Oogie, que se passa nos tempos das discotecas dos anos 70. Foi num tom de muito saudosismo, de pessoas que viveram aquela época e que hoje se lembram dela com alegria. Uma vez eu li que a última década marcante, com propriedades intrínsecas, foi a de 90, depois dela tudo se perdeu, virou pós-moderno e sem identidade. Eu penso quais lembranças nós vamos levar adiante pelo fato de vivermos nessa época de agora pós-anos 2000. Não é possível que não se leve nada, mesmo que você viva trancado em casa dentro da internet já é um tipo de vivência que gera memória. Eu só me questiono se ela seria tão relevante como foi, em se tratando de Brasil, a jovem guarda dos anos 60, as discotecas dos anos 70, as cores dos anos 80 e o começo do fim com a quebra de paradigmas dos anos 90. Quem sabe daqui 20, 30, 40 anos o meu eu volte a esse mesmo texto e escreva uma réplica, uma conversa de mim comigo mesmo para que eu possa avaliar o quanto acumulei de memória nesse meio tempo.

    Até lá, segue uma frase que pensei enquanto assistia ao programa:

    Seja a lembrança que você quer ter.



-G-
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Carta aberta ao ano 3000

    Oi.

    Meu nome é Gabriel e recém começamos os anos 2000 do calendário cristão.

    Não acredito que essas palavras chegarão a você, leitor do ano 3000, que é para quem eu escrevo. Por diversos fatores. Primeiro, pela prepotência em escrever no idioma português-brasileiro. No momento, o idioma mais falado do mundo é o mandarim. Pudera, 1/7 da população mundial é chinesa. É possível que aí no seu presente este seja o idioma oficial mundialmente e as outras línguas se rebaixaram ao posto de dialetos locais. É possível, ainda pelo mandarim universal, que o tipo de escrita alfabético deste texto entre em desuso e a comunicação por símbolos que representam ideias tomem seu lugar. Segundo, porque estou escrevendo na internet. Na virada do ano de 1999, não sei se vocês se lembram ou se chegaram a conhecer, houve o chamado “bug do milênio”, que na verdade não existiu, mas era um receio de que a tecnologia se acabasse devido à mudança milenar e a contagem do tempo em computadores. É capaz que aí na frente vocês tenham outra tecnologia e essa revolução de hoje conhecida como Internet pode ter se esgotado ou ficado ultrapassada a ponto de ninguém mais usar. Outro motivo pelo qual essa carta pode não chegar a vocês seria se eu saísse do meio virtual, escrevesse num papel e enterrasse em algum lugar. O papel se deteriora, nem plástico dura tanto tempo. E nem assim se teria a certeza de que chegaria em suas mãos. Uma opção seria expor num museu, mas ninguém teria tanta devoção para guardar essas parcas linhas durante tanto tempo. Até porque, hoje mesmo museus são poucos e as pessoas vivem tão apressadas que não se importam mais com eles. Supondo que vocês aí saibam o que é um museu.

    De qualquer forma, eu venho aqui porque eu posso escrever, independente de ser lido ou não. E caso vocês leiam, favor pipocarem aqui através de uma máquina do tempo até o final desse texto ser escrito, revisado e postado. Ou seria exagero pensar numa máquina assim? Num teletransporte? O homem vem sonhando com isso faz tempo mas ainda não tivemos sucesso. Espero que vocês consigam, seria algo que facilitaria muito no cotidiano. É péssimo ser escravo da geografia.

    Talvez eu seja um otimista em pensar que existirá raça humana daqui mil anos. Eu me peguei pensando que ela pode acabar consigo mesma, a priori, por causa de guerras, ponto alto do milênio passado. Mas pensando melhor, existem outros fatores que estão por vir, como doenças e epidemias. O ebola está em alta matando muita gente na África. A AIDS foi descoberta e popularizada há poucas décadas e existe um esforço para se controlar a doença, acredito que pelo menos até o final deste século já tenham encontrado uma cura. E então, outra doença pior pode vir. Vira e mexe aparece notícia de um “super-vírus” criado em laboratório. Outro grande motivador de mortes ainda é a religião. É incrível como, em pleno 2014, ainda se mate e se morra por isso. Religião vem matando desde milênios antes de Cristo e ainda mata. Agora mesmo a Palestina e o Afeganistão estão em ruínas. Espero que essas palavras não sejam estranhas a vocês: Cristo, Palestina, Afeganistão. Os países mudam de nomes, se dividem, se anexam, se criam, se destroem. Religiões são milenares, mas nada impede a criação de uma nova. Quem sabe? Se forem criar, tentem fazer uma que não seja necessária a morte de outros para se reafirmarem como correta em seu ponto de vista.

    No parágrafo anterior eu olhei para o passado distante, mas nesse aqui, vou pegar apenas o milênio anterior, que compreende os anos 1001 até 2000. Uau, quanta coisa aconteceu. O declínio do feudalismo, cavalarias, idade média, Cruzadas, Renascimento, colonização da América, globalização, capitalismo, revolução industrial, tecnologias. A impressão que eu tenho é que em 12 anos do terceiro milênio se vive muito mais do que nos do segundo. É por isso que os anos passam voando e a gente nem percebe. Os dias são intensos e existe uma torrente de informações por todo lado. Antes, o conhecimento era escasso, hoje, é abundante e se conhece um pouco de tudo, mas sem ser suficientemente profundo para exercer trabalho com ele. Ainda assim, as pessoas insistem em usar esse pouco conhecimento em tudo para opinarem até em coisas que não sabem. Todos fazem isso, eu inclusive estou fazendo aqui mesmo nesse texto. Se hoje tem quem mal aguente o excesso de tudo, eu quero acreditar que daqui mil anos os nossos cérebros expandir-se-ão para dar conta. É necessário.


Qualquer resumo seria injusto

    Um período que eu gosto bastante do milênio passado é o do renascimento italiano. Eu fico embasbacado, saíram de um período sombrio e de grande repressão, principalmente por causa – de novo – de religião para então haver uma explosão de ideias, artes, tecnologias, pinturas, estátuas, arquiteturas, filosofia. A mente humana pôde alçar voos como nunca antes. Voou como Leonardo da Vinci sonhou em seus protótipos de aeroplanos e que apenas séculos mais tarde vieram a se desenvolver com os irmãos Wright e o Santos Dumont. Certamente, eram homens visionários. Eu não sou, mas o meu ponto é que sempre existirão pontos assim, fascinantes, emocionantes para a raça humana vindos de pessoas geniais. Não é possível que tudo fique virtual e as grandes conquistas sejam online.

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domingo, 29 de junho de 2014

[Review] Constantine - S01E01

    Não sou de ver seriados e nem de fazer reviews (embora este seja o meu segundo, em sequência), mas desde que pipocaram os trailers do seriado do John Constantine eu entrei no hype. E como a moda agora é vazar os pilotos dos seriados de heróis, eis que, vazado, o assisti. E tenho algumas considerações. Sem spoiler.


    Como eu disse no twitter, existem três tipos de Constantine: o da Vertigo, o da DC e esse do seriado. Não, não vou contar o filme do Keanu Reeves. Cada um desses possui características próprias. o da Vertigo foi criado pelo Alan Moore e publicado sob o título Hellblazer, é um personagem badass, fodão, sórdido, sem escrúpulos, por vezes até um FDP sem emoções. O da DC no reboot pós-Novos 52 nem tanto, ainda é na dele mas apela demais para a magia, sendo que o original não usava tanto - ia mais para a astúcia e manipulação de amigos e adversários. O do seriado nem acende um cigarro, marca característica do personagem que inclusive o matou de câncer. Mas pra um 'hell-blazer', o inferno não é o melhor dos lugares. Ele no seriado não fala palavrões, não é sacana (talvez em uma cena ou duas e só), não tem o ar pesado e taciturno que durante muito tempo acompanharam o mago inglês. Lá pelo final do episódio o John tem de fazer uma escolha e ele titubeia. O dos quadrinhos não teria dúvidas, e isso me fez perguntar se esse personagem não estaria num período da vida mais pro início da sua carreira.

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terça-feira, 17 de junho de 2014

[Review] Geek Love - O Manual do Amor Nerd

    Eu não sou de fazer review às coisas que eu leio, ouço, consumo. Até porque, eu nem tenho moral pra isso. Mas esse é um daqueles livros que te fisga ainda na prateleira, você dá umas folheadas, vê que o preço é bom e sem dúvida alguma leva pra casa.


Publicado pela Editora Gente, que até então eu desconhecia, em Geek Love - O Manual do Amor Nerd, com suas 210 páginas e desenhos pixelados para dar um ar retrô, o autor Eric Smith cobre absolutamente tudo de um relacionamento aplicado ao contexto nerd: desde os primeiros passos, ainda checando suas condições psicológicas e o que significa entrar num relacionamento; que tipo de nerd você é (existem mais tipos e subtipos do que pode compreender a vã filosofia); quem você quer encontrar para ser a sua Player 2; onde fazer essa busca (é uma pena que comic shops não sejam tão populares aqui no Brasil e Fliperamas só existam em shopping centers, ainda por cima fazendo uso de cartão recarregável, o que é um insulto às fichas de outrora). Então, existe a aproximação, o chamar para sair, como se vestir (eu que não tenho noção nenhuma de moda masculina achei valiosos os comentários), onde ir e como reagir ao final de um encontro: se foi bom, se foi ruim, se deve continuar investindo e ter um segundo encontro ou se o primeiro foi uma Estrela da Morte e o possível relacionamento agora é Alderaan. Como lidar com um fora e um começo de namoro. Como começar, manter e terminar um namoro, assim como suas consequências, bem como de que maneira reagir ao final de um. É um livro bem completo em se tratando de relacionamentos.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dia dos Namorados

    Pré-Scriptum: esse texto contém traços de otimismo. Prossiga por sua conta e risco.



    12 de junho de 2014. Abertura da Copa do Mundo FIFA™. Protestos. Dia dos casais, de Santo Antônio. Em seguida, uma sexta-feira 13. Parece um filme de terror. No momento em que esse texto é escrito faltam menos de 30min para o dia. Nas redes sociais, os solteiros entram em pânico. Começam com piadas de "me alugo para o dia dos namorados" que ninguém quer nem de graça e acabam no famoso "é só mais uma data comercial".

    Bom, as pessoas têm o direito de acharem e sentirem o que quiser. Aliás, eis o que eu acho: tanto tempo de convivência na rede social de micro-indiretas Twitter™, eu descobri pessoas para além do que eu enxergo. Pudera, a menos que viajássemos para todo lado, não veríamos gente fora dos nossos círculos sociais. No máximo pessoas de círculos adjacentes. Mas a internet é o pub em que todo mundo se encontra, de um jeito ou de outro. Ou quase todo mundo, mas ainda assim, muita gente está por lá. Então, em posse desse ponto de vista, eu comecei a ver, interagir e conhecer pessoas que eu jamais veria, conheceria e interagiria se não fosse pelo online. Gente de tudo quanto é tipo, com tudo quanto é gosto, de tudo quanto é lugar. Eis que cheguei a uma conclusão óbvia:

    "O mundo é cheio de gente".

    Por vezes a gente fica mal (a gente = solteiros), realmente não consegue enxergar além e isso é muito comum. Mas a partir do momento em que se dá conta de que o planeta é povoado por sete bilhões de pessoas, imagine enfileirar todas elas e avaliar uma a uma quem traria alguma compatibilidade. Claro, não podemos enfileirar o mundo inteiro, existem outros jeitos de se conhecer gente (e isso é um assunto difícil que até eu tenho dificuldade, principalmente pelo fato de ser algo extremamente amplo porque ora: existem pessoas em todos os lugares. Mas não vou me ater a esses pontos).

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Uma leitura barata sobre o fim do mundo

    Eu tenho pensado muito no fim do mundo. Não com medo, ou com receio, apenas refletindo sobre algo inevitável. Nem digo que seria algo a acontecer amanhã, daqui cem anos ou bilhões deles quando, rigorosamente, o sol se apagar. A humanidade pode acabar antes desse ponto final, ou mesmo continuar depois do evento solar, caso consiga habitar outros planetas, quiçá outras galáxias. O universo é muito grande pra gente se fechar no planetinha azul. Eu tenho uma teoria de que a estupidez do homem vai acabar com a raça inteira. Homem gênero, ou espécie, não sei dizer. O primeiro é mais provável.

Mostly.
    Explico: tem gente que não tem noção das suas grandiosidades. Querem sempre mais e da pior maneira possível. Exemplo: bomba atômica. Causa: conquista. Vai haver uma época em que, sem querer, acredito, criar-se-á algo tão poderoso em mãos tão inábeis que podem acabar por explodir por qualquer bobeira. Aí está: uma raça inteira de narcisistas que acabou por uma bobeira. Duas, a primeira foi construir algo tão potente para um fim egoísta.

    Egoísmo. Uma palavra que explica bem o comportamento das pessoas. Enquanto outras espécies coexistem, o homem apenas existe e não está nem aí pro seu redor. Não vou dizer em meio a tramas de hipocrisia que eu não faço isso. Talvez eu faça, não sei, é difícil olhar pra si mesmo e auto-julgar. Mas se sabe que tem outros tantos piores por aí e com muito mais poder que eu.

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Último Post Antes da Copa

    Tá, é inevitável: vai ter copa™. Eu já enchi o saco de ouvir nela e não vejo a hora do fim, quando se verá o que realmente aconteceu. Até lá, cada dia é uma notícia nova à beira do abismo: os estádios entregues em cima da hora ("mas isso aconteceu na África do Sul!"); os mortos da obra, que são contabilizados apenas os que morreram NA OBRA, fora aqueles que morreram por acidente nela mas a caminho do hospital ("isso aconteceu... mas bem menos"); e notícias bizarras tipo fechamento do espaço aéreo das sedes durante jogos, bem como multas por atrasos nos horários dos voos (taí o lucro com a copa, então); a força nacional patrulhando as cidades - para os turistas e o aumento no estoque de armas não letais. Faltam pouco menos de trinta dias para o início do evento e até lá tenho certeza de que tantas outras bizarrices virão. Digo que esse é o último post porque se tudo der certo eu não pretendo dizer mais nada sobre.



    Você sabe que a situação é irreversível quando os hipócritas colecionam seus álbuns de figurinhas e usam verde e amarelo. As propagandas na televisão só têm essas cores. Mas tudo bem, não dá pra ser perfeito sempre. Aliás, sobre álbuns de copa eu tenho dois bons argumentos contra: 1) nunca cabem todos os integrantes das seleções pelo tamanho disponível, e 2) nunca são exatamente os jogadores que estarão no evento, até porque o álbum sai muito antes das convocações oficiais. Então, qual a lógica de se colecionar algo incompleto e errado? Eu sou a favor de álbuns de figurinhas, mas de copa eu não vejo sentido. Inclusive ver caras de jogadores que você nem sabe quem são. Não vejo sentido também em quem coleciona mas acha ruim as infantilidades dos outros, tipo de quem gosta de quadrinho e videogame. Repito, não dá pra ser perfeito sempre.

    Pior mesmo são as músicas estilo "pra frente Brasil", com famosos cantores brasileiros tendo um refrão cada. E não tem como não falar desse inferno humano chamado: dinheiro. Se o vil metal entrou em qualquer lugar, as pessoas viram bicho. Menos na Copa. Vou bater de novo na já gasta tecla do "no começo o Lula disse que não ia usar dinheiro público (seu e meu) mas agora tá essa bagunça". Mas tudo bem, o Brasil é pentacampeão e se orgulha disso. Salve a seleção! Mas só a seleção 1) brasileira 2) de futebol 3) masculino. O resto não importa. E já que é ano eleitoral, está na hora já de o brasileiro fazer o seu papel de trouxa que faz naturalmente a cada quatro anos, mas agora é trouxa e meio porque vai gritar GOL e achar bonito. Vai vestir camisa amarela, colocar bandeiras nas janelas, nos carros... se bem que eu ainda não vi ninguém pintando rua... Rola um papo de que quando a seleção vai bem o brasileiro fica mais feliz. Isso poderia alongar ainda mais o texto então não vou entrar na discussão.

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Batman matou mesmo no fim de Piada Mortal?

    Eu passei por um momento curioso há pouco na rede social de microblogues Twitter.

    O roteirista Dan Slott (que atualmente escreve Superior Spider-Man) estava respondendo tweets sobre Batman. Alguém havia comentado sobre o Cavaleiro das Trevas ter matado, no que o escritor ressaltou: o Batman não mata. Ninguém. Então eu comentei para a minha timeline: ainda existe gente que acredita que o Batman mata (geralmente é quem não lê quadrinhos e que acredita que numa luta entre o Cruzado Encapuzado e o Superman, o kriptoniano venceria porque “ele é super e o Bruce Wayne é só um humano”).

    Daí, vieram me dizer que o Batman já matou sim: na última página de A Piada Mortal. Quem diz isso se baseia no que afirmou Grant Morrison numa entrevista. Ele confirma o assassinato, só que o desenhista deixou isso de forma tão sutil que foi imperceptível durante anos. Curioso é que ele não participou da concepção dessa obra em específico, apesar de, sim, já ter trabalhado em outras do morcegão; bem como o fato de que ele é famoso por ter opiniões polêmicas sobre o mundo dos quadrinhos, como por exemplo: "Batman é muito, muito gay". ABAFA!

A famosa página (abre em nova guia pra aumentar)
    Nessa hora, o discurso, enquanto fenômeno linguístico, de quem trabalha na área é o que vale. Não tem como ir contra, é isso mesmo e fim de papo. Eles são profissionais e sabem o que dizem, é o senso comum.

    Mas onde fica a leitura crítica? Onde fica o questionamento, o pensar? E mais, até que ponto isso tangencia, ou até mesmo invade, a área destinada à mera teimosia?

    Eu não sei.

    Eu sei que o Batman é um personagem quase secular. Nesse meio tempo, ele foi trabalhado por centenas de autores, todos eles seguindo o mesmo código de conduta de não matar. Então, por que haveria uma ruptura dessa visão clássica da atitude dele? E mais, se fosse para que houvesse, porque seria tão, mas TÃO sutil como foi na HQ? E mais, por que os profissionais da área só confirmaram a morte quando da comemoração dos vinte anos da obra? Um lado de mim acredita que foi por marketing para que se vendesse mais dela na época em questão (quem pode negar?).

    Mas voltemos à crítica e à teimosia. Eu não posso discordar da visão do autor? Veja, se fosse algo claro, explícito, tudo bem, não haveria margem para dúvida. Mas não foi o caso. É a mesma coisa que no Dom Casmurro: Capitu traiu ou não o Bento Santiago? Não dá pra saber. Existem estudos que comprovam e que negam o fato, mas no fim, não se sabe ao certo. É a mesma coisa com Piada Mortal. Porém, no caso, os autores ainda estão vivos, e opinando.
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cerveja, Brasileiros e Drogas (parece até vídeo do PC Siqueira)

    O texto a seguir foi escrito por alguém que não bebe cerveja.

    Estava cá no banho pensando com os meus botões: por que as pessoas bebem? E mais, por que bebem cerveja? E mais, por que o brasileiro bebe tanta cerveja?

    Bom, existem algumas respostas. Diversão, prazer, vício, fuga do mundo real, socialização.

    Continuei pensando: se fosse apenas para ficar embriagado, o brasileiro iria atrás de algo mais forte (vodka, tequila, absinto, cachaça). Não é correto dizer que (todas) essas bebidas são mais caras que cerveja. Algumas são, mas existem cachaças muito baratas e que deixam bêbado muito fácil. Conclusão: não é para ficar bêbado. E isso inclui os quatro primeros tópicos do parágrafo anterior.

    Ressalto que, nesse brainstorm de porquês, eu deixo de lado aqueles que gostam de cerveja, que têm amor e paixão, que sabem apreciar moderadamente sem dar vexame. Esses casos, ok, é o consumo pela arte da bebida, é gente que conhece o que está tomando. Diferente de quem eu quero entender nesse texto, que toma o máximo que puder do que for mais barato. Gente que preza pela quantidade sobre a qualidade.

    Se não se bebe para si (sempre tirando aqueles do parágrafo anterior), o que sobra? Sobra beber pra alguém que não si mesmo. Beber pro outro. Beber pra ti. A cerveja é um termômetro de sociabilidade. Beber te faz estar no mesmo grupo de outras pessoas que bebem, e não tem nada melhor do que se sentir acolhido por algum grupo social (o mesmo pensamento vale para torcidas de futebol). Por isso as pessoas não bebem  para ficar bêbadas, e por isso as pessoas bebem muito, a noite inteira, litros e litros de cerveja, em latinhas, garrafas ou garrafões, tem para todos os tamanhos, gostos e fígados. Sempre com um copo na mão, tem que ser assim, senão você é um alien que não bebe, que te perguntam "Como assim você não bebe/não gosta de cerveja?!"

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Twitch Plays Pokemon

     E se dezenas de milhares de pessoas jogassem o mesmo jogo, ao mesmo tempo, controlando o mesmo personagem? Soa insano, soa o caos. E é mesmo.

     Estou supondo que você já sabe do que se trata então não vou explicar muita coisa.

     No momento em que escrevo esse post o contador marca 4 dias e 19h desde o começo do jogo. Estamos no Team Rocket Hideout, abaixo do Game Corner de Celadon. Estamos, eu e mais 71 mil pessoas que assistem ao streaming do jogo no momento.

É como se fosse assim de gente jogando o mesmo jogo ao mesmo tempo

     Eu achei a ideia espetacular. São muitas, muitas pessoas que têm um objetivo em comum: jogar o mesmo jogo. Claro, nesse meio tempo ainda existem os trolls, mas mais do que isso, existe um lag de 20 a 40 segundos entre o comando ser dado no chat até chegar no emulador. Então, apesar de estarem a quatro dias e empacados durante horas num mesmo lugar, só de chegarem até aqui isso quer dizer muita coisa.

     O que é jogar um videogame senão uma combinação de comandos e timing? Bom, em Pokémon não se morre, seria impossível fazer a mesma coisa num Mario, Sonic, Zelda, Metroid, ou qualquer outro. Aliás, arrisco dizer que não haveria outro jogo melhor para fazer esse tipo de experimento senão esse.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Flappy Bird e os jogos de smartphone

    A indústria de jogos para smartphones tem crescido vertiginosamente nos últimos anos. Dentre os mais viciantes que crack estão Angry Birds, Candy Crush, e a bola da vez: Flappy Bird.

    Agora, o texto começa a ficar pessoal.

    Pois, baixei e fui jogar. De fato, simples e viciante. Mas como todo jogo, nada é impossível e tudo é uma questão de pegar jeito. Eu que jogo faz muito tempo consegui pegar, mas vejo muita gente reclamando que não consegue passar de 5, 10 canos. Não sei quanto essas pessoas jogaram ao longo da vida, e acho que talvez haja uma relação de causalidade nisso tudo.

    Então eu, que nunca fui de jogar no meu Android porque ele não é lá muito potente (é um Xperia U), fui atrás de outros jogos só para ver como ele se saía. E então, eu resolvi vir escrever esse texto.

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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Dublagem de Breaking Bad na Record - Moç@, Você É Elitista™

Não é novidade que a premiada série de grande sucesso Breaking Bad chegou à tv aberta pela Record. Uma maciça campanha de marketing de antes da estreia contou até com uma participação do Cidade Alerta do Marcelo Rezende. Investiram até num social media que usa o twitter do canal sempre comentando os episódios (coisa que por vezes chega a ser trash porém engraçado, contando até com uma réplica bem humorada de quem já exibia a série anteriormente no Brasil de forma fechada).

Antes mesmo de estrear, a emissora lançou um teaser onde, além de cutucar o BBB da concorrente (ambos estrearam no mesmo dia), aparecia o nome oficial do seriado no canal: Breaking Bad - A Química do Mal.


Esbarramos na primeira questão. Como uma emissora brasileira de televisão vai exibir conteúdo americano? O nome é o cartão de entrada e, portanto, algo a ser pensado. Existem seriados que mantiveram seus títulos originais: Lost, Revenge, Heroes, até mesmo The Walking Dead ficou como no original. De outro lado, temos traduções ao pé da letra, como Filhos da Anarquia, Dois Homens e Meio e Como Eu Conheci Sua Mãe. Eu costumo dizer que de médico, linguista e louco todo mundo tem um pouco, e com isso um caminhão de opiniões despejou seus achismos. O meu é o de que, com tantos seriados com seus nomes originais, independente do canal que são exibidos, não teria motivo para alterar o nome do seriado do professor de química com câncer. O subtítulo era desnecessário.


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