sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Black Friday Fail

    Você aguardou a última noite, prestes ao relógio marcar zero hora do dia de hoje, sexta-feira, dia 23/11, pós Dia de Ação de Graças nos EUA para compar algo com desconto espetacular na versão brasileira do Black Friday E ENTÃO... você deu com a cara no muro, assim como eu.

    As redes sociais estavam em polvorosa, todo mundo falando sobre o tal evento que, em terras americanas, promove descontos avassaladores em eletrônicos. É a última grande venda antes do natal. Aqui, o desconto serve para o site inteiro, ou até mesmo para as lojas de rua, visto que na edição deste ano de 2012 a promoção relâmpago de um dia só foi também parar em lojas físicas.

    Esse ano é o terceiro em que o Black friday acontece no Brasil. Ano passado eu lembro de fuçar em alguns sites e comprar umas HQs muito baratas (O Cavaleiros das Trevas Ressurge, o primeiro do Cyanide & Happiness e A Piada Mortal). Foi assim, de sopetão, no susto, eu acabei trombando com a oferta irrecusável sem querer querendo. Já neste ano, eu vi muita agitação e pouco desconto.


    Agora mesmo eu fui googlear os sites das principais lojas brasileiras de comércio online. Lojas Americanas, Saraiva, Submarino, Ponto Frio, Fnac, Walmart... a maioria delas elas, já logo na página inicial do Google, trazia o nome do dia em destaque "Black Friday é só aqui e blablabla". Pois bem. Banalizaram o Black Friday. O que era pra ser um evento que começou na gringa tomou ares escatológicos com o fator "jeitinho brasileiro".

Black Friday é aqui, ali e em tudo quanto é lugar, mas não como deveria ser.
 
   Já faz alguns dias que as redes sociais (leia-se: Facebook) têm alertado para a prática nojenta e vergonhosa de aumentar os preços um dia antes do evento e então, no dia dele, dizer que estava com um super desconto em função do dia especial. Balela. Coisa pra enganar gente que não acompanha preço dos produtos. Gente do tipo que acredita em tudo o que lê na internet e compartilha gifs de bebês desejando um bom fim de semana. Alguns chamam isso de "namorar" um produto. Pois bem, eu pelo menos tenho um rol deles, uma wishlist, que sempre que posso estou procurando quanto custa isso ou aquilo. E o que eu vi agora não foi nada de mais. Foi tudo mais do mesmo.

Imagem que circulou muito dias antes ao Black Friday


    São sites que colocaram todos os produtos com 12% de desconto, alguns com desconto progressivo de até 15% e outros dizendo "ATÉ 70% de desconto". Mas estes últimos, todo mundo sabe, é só em um produto ou outro, o banner gigante na capa do site do Walmart não diz que os 70% de desconto não são para produtos tão desejados, como tablets, smartphones, câmera digitais, etc. Ainda ontem à noite, antes de sair da internet, por volta de 23h, o Ponto Frio começou liberando algumas promoções via twitter (que aliás é sensacional o perfil deles). Lembro de encontrar um Sandman por R$70 e poucos e hoje ele já estava em R$90 e tantos (e o preço anterior a tudo isso era R$150).

Link pro Papo de Homem, com outras tabelas aqui


    Aliás,  vale ressaltar a supervalorização de eletrônicos. Só pensam nisso, passando por TVs de led de 42'' até pelo PS3. E eu que ano passado só comprei comics, vou atrás de livros e CDs e DVDs, eu que me interesso minimamente pelo objeto de mídia físico, eu chupo o dedo. Eu poderia baixar um PDF, um MP3, mas não, eu vou aguardei a Black Friday para me decepcionar. Na verdade, o que aconteceu, acredito, foi que ano passado eu me surpreendi com algumas coisas, vim com essa mesma sensação para esse ano e, como já disse, banalizaram. O mundo é dos eletrônicos, esse lixo tecnológico que cada vez mais abunda nas necessidades consumistas das pessoas. Nada contra, é bom, o problema é não darem a mesma atenção para outras áreas do consumo.

    Se bem que, no caso de eu ser um aluno de graduação em humanas, eu já deveria estar mais do que acostumado com a falta de atenção na minha área, nem sei porque eu ainda me surpreendo com isso.

    Enfim, Black Friday 2012 foi um chute no saco daqueles que esperavam qualquer coisa boa que poderia vir do evento. No mais, foi apenas um show de descaso de empresas que aumentaram de preço dias antes e que se vangloriam de darem descontos totalmente excelentes na sexta-feira negra pós-feriado americano. Tudo bem, algum dia eu ainda compleo a minha lista de desejos. Por hora, meu cartão de crédito agradece.


-G-
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