quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dia dos Namorados

    Pré-Scriptum: esse texto contém traços de otimismo. Prossiga por sua conta e risco.



    12 de junho de 2014. Abertura da Copa do Mundo FIFA™. Protestos. Dia dos casais, de Santo Antônio. Em seguida, uma sexta-feira 13. Parece um filme de terror. No momento em que esse texto é escrito faltam menos de 30min para o dia. Nas redes sociais, os solteiros entram em pânico. Começam com piadas de "me alugo para o dia dos namorados" que ninguém quer nem de graça e acabam no famoso "é só mais uma data comercial".

    Bom, as pessoas têm o direito de acharem e sentirem o que quiser. Aliás, eis o que eu acho: tanto tempo de convivência na rede social de micro-indiretas Twitter™, eu descobri pessoas para além do que eu enxergo. Pudera, a menos que viajássemos para todo lado, não veríamos gente fora dos nossos círculos sociais. No máximo pessoas de círculos adjacentes. Mas a internet é o pub em que todo mundo se encontra, de um jeito ou de outro. Ou quase todo mundo, mas ainda assim, muita gente está por lá. Então, em posse desse ponto de vista, eu comecei a ver, interagir e conhecer pessoas que eu jamais veria, conheceria e interagiria se não fosse pelo online. Gente de tudo quanto é tipo, com tudo quanto é gosto, de tudo quanto é lugar. Eis que cheguei a uma conclusão óbvia:

    "O mundo é cheio de gente".

    Por vezes a gente fica mal (a gente = solteiros), realmente não consegue enxergar além e isso é muito comum. Mas a partir do momento em que se dá conta de que o planeta é povoado por sete bilhões de pessoas, imagine enfileirar todas elas e avaliar uma a uma quem traria alguma compatibilidade. Claro, não podemos enfileirar o mundo inteiro, existem outros jeitos de se conhecer gente (e isso é um assunto difícil que até eu tenho dificuldade, principalmente pelo fato de ser algo extremamente amplo porque ora: existem pessoas em todos os lugares. Mas não vou me ater a esses pontos).


    Mas elas estão lá, esperando serem conhecidas por pessoas como eu e você. Se você procura por alguém pode ter certeza de que tem um alguém procurando por outro alguém. Pode ser você, ou eu, ou nenhum de nós (ou ninguém e a pessoa realmente quer viver sozinha a vida inteira. Desconsidero esses casos aqui no texto. Obviamente, desconsidero os compromissados, mas não nego que muitos estão abertos a novas amizades, quase sempre. Bem como existem compromissados procurando alguém. Repito, tem pra todos os gostos). Então, não é o caso de que essa pessoa não exista (talvez não exista no sentido de que ainda não nasceu e vocês venham a se conhecer com décadas de diferença de idade. Acontece). Apenas que, segunda conclusão:

    "Você ainda não conheceu essa pessoa. Mas ela está lá. Em algum lugar."

    E enquanto não se conhece essa pessoa? Diversos são os caminhos que levam à morada da solteirice: 1) a gente fica sozinho, triste, remoendo o passado, fantasiando o futuro e completamente ranzinza em rede social. 2) EnQuAnTo a pEsSoA CeRtA NãO VeM A GeNtE Se dIvErTe cOm a eRrAdA. 3) Desenvolve um coração de pedra, inabalável e inquebrável, indestrutível e... inacessível. Não recomendo, até porque quando chegar a hora vai estar tão emperrado que não vai saber o que fazer direito (ou não, tenha um coração assim, enjaulado, no final vira uma medida de proteção).

    De qualquer forma, períodos assim, por muitas vezes celibatários, têm um significado além de nos deixar pra baixo sem esperanças de um futuro qualquer: serve para que a gente consiga olhar pra si, se estudar, se entender. É preciso saber conviver consigo mesmo. Se não, como conviveria com outro? Acabaria por ser dependente de um terceiro, e isso só é bonito na poesia. Entender o que você quer, até onde vai o seu limite na solidão, o quanto você pode aguentar. Terceira conclusão:

    "É preciso saber conviver com a solidão".

    No fim das contas, esse texto parece uma enorme cagação de regra. "Faça isso, seja aquilo, pense assim". Odeio soar desse jeito (pelo menos eu tenho essa consciência, tem gente que nem isso). Apesar disso, quem sabe serviu pra alguma coisa, nem que seja pra você dizer que perdeu tempo lendo. Sei lá. Qualquer coisa. Consideremos que ainda temos uma vida inteira pela frente, com seus altos e baixos (às vezes uns mais do que outros) e muita água vai rolar, muitas pessoas entrarão em nossas vidas e outras sairão. Tem que esperar pra ver. (quarta conclusão: "as coisas acontecem quando menos se espera". E sim, isso é cruel por estar sempre certo sem nunca ter garantia alguma de um quando).



-G-
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