segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Eleições, internet e o poder do virtual

    Eleições. Não se fala em outra coisa. Tudo bem, é um momento importante para o país, ainda mais que saímos de um 2013 turbulento com protestos mobilizados por centenas de milhares de pessoas no Brasil inteiro que queriam mudanças (quais? vindas de onde? quem queria?) e de uma Copa do Mundo com a elite padrão FIFA vaiando a então presidenta da república num ato elogiado por muitos e repreendido por tantos outros. O cargo mais alto do executivo ficou para se resolver no segundo turno daqui três semanas. Em primeiro turno o povo, infelizmente, não se mostrou adepto do "protesto se faz nas urnas e não nas ruas" porque velhos espectros da política suja continuam se banhando em cima do dinheiro público. A mudança dar-se-á quando o brasileiro aprender a votar e isso pode levar décadas. Até lá o gigante segue deitado eternamente em berço esplêndido.

    Fato é que a internet está interpelada com tudo que existe offline. É uma coexistência cá e lá que pode trazer consequências catastróficas no futuro - ou não - mas isso só o próprio futuro para dizer. Sendo assim, o assunto não poderia ser outro além de: eleição, talvez você já tenha percebido o assunto nas timelines das redes sociais que acompanha. Tudo bem, a democracia está aí para acontecer, online ou não, algumas democracias mais democráticas que outras; e dentro do discurso da democracia encontra-se disfarçada a estupidez, o preconceito e a burrice se travestem de liberdade de expressão que vão além do caso Levy Fidelix.

    Eu já estava no twitter em 2010 e o que se deu foi um balde de chorume de pessoas "do centro" contra os nordestinos que "elegeram a Dilma". Hoje, um dia após o primeiro turno e quatro anos após a última eleição presidencial, mesmo que o cargo seja decidido no segundo, notícias do tipo reiteraram mais uma vez esse aspecto grotesco do ser humano: a completa e burra falta de respeito.


    Pelo simples fato que é muito fácil qualquer um atrás das grades virtuais xingar e falar mal de qualquer outra pessoa/grupo de pessoas/religião/instituição, etc. Muitas vezes a pessoa ofendida nem sabe que passou por isso, é algo absolutamente covarde. Eu gosto de pensar assim: uma das regras da internet deveria ser: "não diga aquilo que você não diria se estivesse cara a cara com a(s) pessoa(s) citada(s)". Por exemplo, acho difícil qualquer um xingar o presidente de uma nação OLHANDO NO OLHO, ou qualquer outra importante pessoa pública que seja. Na verdade, ninguém deveria passar por isso. Caramba, é um presidente e não o personagem do videogame que se atirou na água sem querer, morreu e você terá de refazer a fase tudo de novo. Assim, atitudes como essas são muito comuns:





não consigo mais ouvir Ultraje depois do twitter
    Acredito que o resumo disso tudo seja: a internet cria monstros e com eles uma corrente de ~bad vibes. Tudo bem, as pessoas se estressam, ficam nervosas discordam, mas precisa de tudo isso? Cada um com a sua consciência, eu acho que não precisa (e nem digo que sou santo, devo ter feito dessas alguma vez na vida mas sei que é preciso dar uma segurada). E toda essa raiva é passada adiante e ficam remoendo nesse lamaçal podre ao invés de fazer uma piada em cima de situação ruim e compartilhar com todos  gostosas gargalhadas que no fundo boa parte do twitter consegue fazer e por isso é uma rede social tão amada por quem frequenta - pelo menos na maioria das vezes. Quanto à política, não é com humor que se resolve mas também não é xingando a torto e a direito. Essas pessoas cheias de raiva devem ter saído do Facebook, que é lugar de rancor, testas franzidas e discussões fervorosas que jamais sairão de lá.



-G-
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...