segunda-feira, 13 de julho de 2015

O problema é a solução

    Acabou o Superstar. Ano passado teve eleição. Pouco antes um certo jogo de futebol traumatizou a nação. O que todos esses eventos têm em comum? Muito!

    Primeiramente, uma separação. Existe aquele que venceu e aquele que perdeu. Existem lados, polarizações, o "nós" e os "eles". Rótulos que as pessoas necessitam se encaixar por qualquer motivo que seja. O que, ao que parece, tira qualquer legitimidade da escolha do outro. Uma mentalidade coletiva de "eu estou certo e ele está errado". A prepotência humana é algo a ser estuado.

    Segundamente - ainda que esse advérbio não exista -, acontece o momento de euforia da divulgação dos resultados. Quem ganhou, quem perdeu, quanto que foi, quais são os números. Os nossos rótulos dependem de um numeral que, quanto maior for pro nosso lado, melhor, né? É o que chamam de friamente calculado.

    Após esse momento de êxtase, alegria ou tristeza, existem as consequências. Várias delas ao mesmo tempo, algumas a ver só ao longo dos anos como no caso de um mandato presidencial. Uma dessas consequências são os famosos ~textões. É claro, o mundo não está online e isso é o que eu vejo por eu estar nesse meio virtual, não quer dizer que seja uma questão universal da humanidade. Ainda que mais de 1 bilhão de pessoas estejam no Facebook, o que é uma quantidade considerável de humanos.


    Então, o textão é feito. Textão que é um nome tosco. Os Lusíadas é um textão. O Senhor dos Anéis é um textão. Quinze linhas no Facebook não são nada perto dessas obras obviamente grandes, mas estamos na internet e qualquer coisa com mais de 140 caracteres é facilmente descartável, incluindo este texto! O textão que resulta de algum tipo de votação muitas vezes vem carregado de ideias ruins. Negativas. Preconceito, racismo. Os pobres do nordeste elegeram o PT. Lucas e Orelha fazem som de gente pobre. Você deve ter encontrado algo do tipo caso passe por alguma rede social. Reforço o Facebook porque 1) ele permite mais espaço para discorrerem ideias torpes e 2) os bilhões de pessoas nele é um número impressionante.

    Veja, o problema não é o Facebook, não é a internet, não é o PT (por mais que alguém nos comentários possa discordar). O cerne dessa croniqueta são os resultados e o que as pessoas fazem com eles. Tem muito o que ser feito com algo assim em mãos se você parar pra ver. Você pode a) destilar a sua raiva num textão, você pode b) ficar bem triste e permanecer pianinho, pode ainda c) fazer nada, afinal, a sua opinião é só mais uma e não vai mudar muita coisa depois que o estrago já está feito.

    Sim, na vida real offline todo mundo tem opinião. Todo mundo pensa isso e aquilo mas nem todo mundo bota pra fora. Ainda mais se for cara a cara com alguém que discorda de você. As pessoas são muito mais corajosas atrás de uma tela. Ou ainda, falam na cara mesmo e depois aguentam as possíveis consequências. É natural da humanidade prover conclusões, como se fosse uma máquina que tem um input - o resultado em questão - que é processado na cabeça dela e sai pelo output em forma de opinião. O que é muito difícil para a humanidade, dado que é muito fácil de se emitir opinião, é a tarefa hercúlea de ficar na moralzinha.

    Olha esse texto! É uma opinião sobre não ter opinião! Ele faz sentido? Não precisa! Estamos na internet! Quem liga!? Ei, essa é só a minha opinião.


O que não falta é troféu



-G-
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