sábado, 11 de agosto de 2012

Matrix



- E se eu dissesse que existe muito mais por aí do que você conhece? O que você pensa que conhece? O que você sabe não é nada perto do que o mundo tem a oferecer.
- Sim, isso é verdade. Convenhamos que conhecer o mundo não é pra todo mundo.
- Poderia ser.
- Poderia. Não pra mim. Eu não preciso.



- Conhecer o mundo não é pra todo mundo, mas todo mundo precisa conhecer o que puder do mundo.
- Este papo está ficando nonsense.
- A questão é que só se vive uma vez. O tempo gasto, jamais volta. E você deveria aproveitar ele de maneira melhor.
- Por exemplo...?
- Por exemplo fazendo o que você gostaria de fazer.
- Mas eu faço!
- Não, você acha que faz. Você se reprime, acha mil poréns, e enquanto isso lá se vai sua juventude.
- Besteira! Cada um vive da forma que acha melhor.
- Ou vive da forma que mais lhe convém.

     Então ele fechou o msn, saiu do twitter e foi ver o sol.
     Não que isso tenha muito efeito. Os poréns estavam lá, como sempre estiveram e como ele sempre soube que estaria. Viver, então, seria superar os poréns? Desperdiçar a vida seria se lamentar por eles? Por que tantas perguntas? Por que porquês? Um outro disse que a ignorância é uma bênção. Em parte, tem razão. Não se complica com obstáculos que não são da sua alcunha, vai lá ser gauche na vida enquanto você pode.


     Caminhos, muitos caminhos. Escolher por um e trilhar, ou deixar ser escolhido. Ou viver o que você acha que é correto, na bênção de sua ignorância. A sua matrix te faz feliz, então eu acho que não precisa se dar conta do que é realmente importante. Quanto a mim? Eu ainda vou ter um tilt qualquer dia desses.

-G-
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2 comentários:

  1. É, manolão. No final das contas todos nós nos alienamos, não importa de que modo. Então relaxa aí e vê mais uma página do 9gag. Ou vê mais um filme iraniano. Ou leia a bíblia. Ou leia sobre ateísmo.

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  2. Gabi, esse seu texto me lembrou deste que eu vi quando eu assisti a série "afinal, o que querem as mulheres"
    "A grande questão a ser respondida pelo homem, não é quem sou, mas o que desejo. Nós somos definidos pelos nossos desejos, pelas escolhas que fazemos influenciados por eles. Mas por que os seres humanos costumam fazer coisas que não querem ou que não sabem que querem? Por que costumamos ser tão cegos aos nosso próprios desejos? Essas são as perguntas que nem Freud nem qualquer estudioso da mente humana jamais conseguirá responder com perfeição. Porque além do nosso grande desconhecimento sobre nós mesmos somos confrontados com o acaso ou um acidente o tempo todo.. Mas ainda assim, perdidos em meio ao caos de uma teia de coincidencias, os seres humanos conseguem ter momentos plenos de felicidade e sentido, e é neles que conquistamos a impermanência."
    Michel Melamed

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